Cidade de Kenosha, nos EUA, teme nova explosão de violência
Aguarda-se veredicto no julgamento de Kyle Rittenhouse, jovem que matou dois manifestantes antifascistas durante protestos raciais.
A cidade de Kenosha, no Wisconsin, aguarda com apreensão o veredicto de Kyle Rittenhouse, o adolescente apoiante de Trump que matou a tiro dois manifestantes antifascistas durante os motins raciais do ano passado. Quer seja declarado culpado ou inocente, teme-se uma nova explosão de violência nas ruas, num caso que ilustra as profundas divisões latentes na sociedade americana.
Kyle tinha 17 anos quando viajou do vizinho estado do Illinois armado com uma espingarda semiautomática AR-15 para “ajudar a proteger bens e pessoas” de Kenosha, abalada por violentos motins raciais após um jovem negro ter ficado paralisado ao ser baleado com sete tiros pela polícia, em pleno auge dos protestos contra o racismo e a violência policial que abalaram os EUA após a morte de George Floyd. Kyle patrulhava as ruas quando se envolveu num confronto com manifestantes antifascistas. Abriu fogo e alvejou três pessoas, duas delas fatalmente.
Em tribunal, o jovem, hoje com 18 anos, desfez-se em lágrimas e alegou autodefesa. A acusação rejeitou esta tese e afirmou que Kyle agiu como um “vigilante” e um “cowboy” que decidiu “fazer Justiça pelas próprias mãos”.
Durante o julgamento, ativistas do grupo Black Lives Matter e apoiantes de grupos supremacistas e adeptos das armas protestaram no exterior do tribunal, fazendo temer uma nova explosão de violência após ser conhecido o veredicto.
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