Mulher que trabalhava no resort critica atuação da PJ e diz que a Praia da Luz era local "pouco seguro, onde ocorriam violações".
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Quase dez anos depois do desaparecimento de Madeleine McCann, na Praia da Luz, a ama que tomava conta da menina inglesa no resort onde estava a família quebrou o silêncio e falou sobre a fatídica noite de maio de 2007.
Ama de Maddie quebra silêncio ao fim de 10 anos
A mulher, que trabalhava no Ocean’s Club, não se quis identificar, mas contou em detalhe os momentos de horror vividos pelos pais, Kate e Gerry McCann. "Um hóspede veio ter comigo e disse-me que algo se estava a passar, que uma criança tinha desaparecido. Não pensei logo que fosse a Maddie. Uns minutos depois ouvi gritos e choro e dei com a Kate lavada em lágrimas, abraçada aos amigos que a tentavam confortar. O Gerry estava em pânico, olhava para todo o lado, procurava debaixo dos carros", conta a ama ao jornal inglês Mirror.
"A Kate estava num estado catatónico. Abracei-a e disse-lhe ‘Ela vai ser encontrada, estas coisas acontecem muitas vezes’, mas ela não me ouviu. Gritava ‘Eles levaram-na, eles levaram-na’. Depois o hotel deu ordens para procurarmos nos caixotes do lixo, caso o corpo dela estivesse lá. Aí percebi que era muito grave", revela a funcionária.
As buscas duraram toda a noite e todos os funcionários ajudaram até às 05h00. A ama critica a atuação da polícia portuguesa que, alega a funcionária, "demorou 90 minutos a chegar ao local". "Eu não entrei no apartamento de onde levaram a menina, mas basicamente toda a gente andou por lá. Todas as provas têm que ter desaparecido. Não houve ninguém que dissesse ‘este local está vedado’. E as autoridades demoraram muito tempo a chegar. Por isso é que a primeira coisa que fizeram foi recolher os últimos passos de cada um", conta.
A ama revela ainda que a informação que a Polícia Judiciária entregou à Polícia Metropolitana inglesa estava incompleta. A mulher alega que deu um depoimento de quatro a cinco páginas, mas que o documento final entregue tinha apenas duas. "Faltava muita informação", conclui.
Praia da Luz era "local pouco seguro onde ocorriam muitas violações"
A ama de Maddie explica que lhe perguntam muitas vezes se os culpados foram os pais e que esta nega sempre tais acusações. "Os timings, as reações, tudo. Não há a mínima hipóteses de eles estarem envolvidos", garante.
"Lembro-me que a Maddie era um bocadinho envergonhada, mas muito educada e doce. Não era barulhenta nem complicava as coisas", conta a funcionária, que adianta que não gostava de trabalhar na Praia da Luz. "Nunca consegui ultrapassar o facto de ser completamente diferente dos outros resorts da cadeia Mark Warner. Assim que cheguei disseram-me ‘Têm aqui um apito para sinalizarem se estiverem a ser violadas. Não andem sozinhas em lado nenhum’. Soube depois que uma menina inglesa já tinha sido violada ali na Praia da Luz. Era um local pouco seguro, não me parecia o sítio ideal para um resort familiar", afirma.
A mulher, que não voltou a trabalhar como ama depois do caso Maddie, defende os McCann e diz que não houve negligência. "Era uma família completamente normal. Perfeita. Era hábito deixar as crianças a dormir no quarto e ir jantar com amigos", garante.
Ao fim de quase 10 anos, a ama de Maddie diz que tem "esperança que ela ainda esteja viva" e acredita na tese de que a menina foi vendida numa rede de tráfico humano. "Posso estar a ser ingénua mas, na melhor das hipóteses, acredito que a Maddie foi vendida a uma pessoa com dinheiro que não podia ter filhos. Quando falo destas coisas parece que estou lá outra vez. Penso se ela ainda está viva, se se lembra dos pais, se se recorda do que aconteceu. Não sei. A única pessoa que sabe tudo é a Maddie. Para mim, será o melhor dia do mundo quando ela for encontrada", finaliza a ama.
A Operação Grange, que investiga o desaparecimento de Madeleine McCann, recebeu recentemente mais de 100 mil euros de fundos para continuar a seguir novas pistas e a interrogar mais testemunhas.
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