Hazel Behan, responsável de uma agência de viagens, foi atacada por um homem que a torturou e filmou crimes.
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O principal suspeito do rapto e morte de Maddie McCann, Christian Brueckner, vai ser formalmente acusado da violação a uma jovem irlandesa, ocorrida no Algarve em 2004. A acusação formal, adiantam as autoridades alemãs, vai dar entrada nos tribunais "nos próximos três meses". A notícia surge no dia antes de se assinalarem os 14 anos desde o desaparecimento de Madeleine McCann.
Brueckner é, para a polícia alemã, o responsável pelo desaparecimento da menina inglesa, na Praia da Luz, a 3 de maio de 2007, mas, quando foi revelada a sua identidade, em junho do ano passado, uma representante turística irlandesa, Hazel Behan, abdicou do seu direito ao anonimato para contar na primeira pessoa os detalhes do ataque que sofre às mãos de um homem que a mulher acredita ser Brueckner.
A irlandesa encontrou vários paralelos entre a sua violação e a que foi vítima um turista norte-americana de 72 anos.
Suspeito de raptar e matar Maddie McCann vai ser acusado por violar jovem irlandesa no Algarve
Segundo relatou na altura ao The Guardian, Hazel trabalhava na Praia da Luz, muito perto de onde Maddie desapareceu, no Ocean Club, quando foi atacada por um estranho encapuzado no seu apartamento, em 2004. O suspeito nunca havia sido identificado pelas autoridades.
"Fiquei muito surpreendida quando li que ele tinha atacado uma mulher em 2005. As táticas e os métodos utilizados, as ferramentas que tinha com ele, como planeou tudo. Sendo muito honesta, vomitei quando li aquilo, porque fui transportada para a experiência horrível que vivi", relata a mulher.
Na altura Hazel tinha 20 anos e trabalhava num resort na zona de Lagos. "Tinha-me ido deitar por volta da uma da manhã e fui acordada por alguém a chamar-me. Virei-me e estava ali um homem encapuçado, vestido com collants e com algo que se assemelhava a um ‘body’, com uma machete de 30 centímetros na mão", relatou a irlandesa. Recorde-se que Christian, quando atacou a vítima norte-americana em sua casa, também empunhava uma arma igual, que usou para ameaçar a mulher de 72 anos de morte.
Agora, ao Mirror, Christian Wolters, procurador a cargo do caso, disse sobre esta acusação: "O caso contra o suspeito Christian Brueckner, quanto á violação de Hazel Behan está em bom caminho. Acredito mesmo que podemos levá-lo a tribunal nos próximos três meses".
O magistrado traça os mesmos paralelos que Hazel identificou: "Estamos a construir uma imagem de Christian B., com base nos métodos que ele usou para cometer os crimes. È há muitos parelelos, muita coisa em comum com o caso da turista norte-americana que foi violada, o ataque a Hazel e o rapto de Madeleine McCann". "Em casa caso o criminoso entrou no apartamento ou propriedade à socapa, à noite, e normalmente não entrava pela porta", explicou.
No testemunho que deu às autoridades, Hazel explicou que o violador falava Inglês com sotaque alemão e que teria cerca de 1,85 metros. "Consegui ver que tinha sobrancelhas louras e olhos azuis, mesmo no escuro", recorda Hazel, descrevendo que o homem que a atacou "tinha uma falha nos collants, que também poderia ser uma tatuagem ou um sinal de nascença". Segundo a imprensa alemã, Brueckner, suspeito do desaparecimento de Maddie, tem um sinal na coxa direita.
Tal como no ataque à turista norte-americana, o home que atacou Hazel no Algarve também filmou a violação. O suspeito imobilizou a mulher e tapou-lhe a boca com um pano para que não conseguisse gritar. Tal como no outro caso ocorrido em 2005, Hazel também foi agredida antes de ser violada.
A mulher contou o horror que viveu às mãos do violador. "Parecia ter tudo planeado, foi tudo deliberado. Estava sempre a lavar as mãos e mudou várias vezes o preservativo. Acho que durou cerca de quatro ou cinco horas. Quando acabou, tirou-me do balcão da cozinha, mas eu não me conseguia levantar. Depois ficou irritado e mandou-me ir para a casa de banho. Pegou na machete e achei que ele me ia matar. Ameacei que ia gritar e ele pôs-me debruçada num banco com um lençol na cabeça. Pensei que era o fim, que a minha vida estava a acabar. Depois consegui perceber que ele se calçou, saiu de minha casa e correu pela rua".
A mulher relata que, nos dias antes, tinha a sensação de estar a ser observada e deu pela falta de dinheiro e alguns objetos remexidos em casa. "Gostava de ter seguido o meu instinto e ter logo alertado as autoridades", confessa Hazel.
Imediatamente após o ataque Hazel chamou a polícia. "Tiraram-me fotografias. Foi humilhante", explica. A mulher foi depois examinada, admite não saber se foi extraída qualquer prova forense. A mulher acusa ainda a polícia portuguesa de não ter analisado os ferimentos que o suspeito lhe causou.
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