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"A minha filha bebé está congelada": Família afegã-americana relata horror enquanto não consegue fugir de Cabul

Mulher mostra crianças a dormir em lixo e pedras, uma casa de banho para cada mil pessoas e escassez de água e comida.

23 de agosto de 2021 às 11:09
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'A minha filha bebé está congelada': Família afegã-americana relata horror enquanto não consegue fugir de Cabul

Uma mãe afegã-americana tem dado que falar ao mostrar o dia-a-dia da família, que se encontra presa no aeroporto de Cabul sem conseguir fugir do Afeganistão, tomado pelos talibãs.

Faranaz Zazai contou que viajou dos EUA para Cabul, com a filha bebé e o pai, para que o pai da criança, um afegão, a pudesse conhecer. O que era para ser uma reunião de família cheia de felicidade terminou da pior forma.

Faranaz, o seu pai, o marido e a filha deveriam regressar aos EUA no dia 8 de Setembro mas a tomada de poder dos talibãs, de forma inesperada, mudou-lhes completamente os planos. Viram-se obrigados, há uma semana, a fugirem para procurar refúgio no aeroporto de Cabul.

No Instagram, a mulher partilha agora diariamente as dificuldades vividas pelas pessoas que não conseguem fugir e que estão ‘cercadas’ pelos talibãs, que se mantém no exterior do aeroporto.

Faranaz conta que todos, incluindo crianças, dormem em cima de pedras e lixo. Para proteger a filha, a família optou por usar a mala que tinham para colocar a bebé lá dentro. No local, onde há forte presença militar norte-americana, só há quatro casas de banho para as mais de quatro mil pessoas que se encontram ali refugiadas. "Estão cheias e as pessoas já fazem necessidades no chão. Não há água para lavarmos as mãos ou tomar banho".

Os cidadãos afegãos e de outras nacionalidades que ali se mantém à espera de uma oportunidade para sair do país têm também a comida e a água severamente racionadas. "Quase não há água para bebermos e é tudo contado. O meu pai é diabético, precisa de insulina e não há nada. Os soldados só nos dão estes hambúrgueres para comer. São feitos de porco. Dão-nos porco para comer, o que, devido á religião, não podemos fazer. 95% das pessoas aqui não falam inglês. E os soldados não nos passam estas rações. Atiram-nas à distância", relata.

A mulher desespera e pede ajuda às autoridades norte-americanas para que ajam imediatamente e retirem quem ainda está em Cabul o mais rapidamente possível. "Eu sei que os soldados aqui estão a fazer tudo o que podem, mas é urgente que o governo lhes dê mais meios para nos ajudarem", termina.

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