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Acordo de Paris promoveu mais coordenação e ambição na luta climática, diz relatório da OCDE

Documento foi divulgado numa altura em que decorre em Belém, no Brasil, a 30.ª conferência da ONU sobre o clima, a COP30.

17 de novembro de 2025 às 16:29

Os atuais esforços para combater as alterações climáticas são mais coordenados, ambiciosos e eficazes graças ao Acordo de Paris sobre o clima, consideram decisores políticos e especialistas de mais de 60 países.

A conclusão faz parte do relatório "Acordo de Paris aos Dez Anos: Opiniões de Especialistas sobre o Progresso e os Desafios para a Mitigação das Alterações Climáticas", divulgado esta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que junta 38 países, Portugal incluído.

O documento faz um balanço dos 10 anos do Acordo de Paris, acordo mundial para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), aprovado em 2015 na 21.ª conferência da ONU sobre o clima (COP21), estabelecendo como meta que o aquecimento global não ultrapasse os dois graus Celsius (ºC) acima dos níveis pré-industriais, e de preferência não ir além dos 1,5ºC.

Em termos gerais o relatório destaca que os especialistas ouvidos valorizam o efeito transformador do Acordo de Paris, dizem que terá contribuído para ampliar a ação climática e que sem ele os progressos em matéria de ação climática teriam sido "significativamente mais fracos". Mas também referem que persistem barreiras à sua implementação.

Os mais de 250 políticos e especialistas ouvidos concluem que as metas de emissões de GEE dos países continuam insuficientes para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

A maioria dos inquiridos considera que o Acordo ajudou a tornar a mitigação das alterações climáticas uma prioridade política interna e que provou ser uma fonte de confiança em ações futuras, com políticas climáticas fortes até 2040. Até quase duas vezes mais fortes num cenário com Acordo de Paris do que sem ele.

Segundo o documento, 45% dos decisores políticos e 30% dos especialistas identificam a disponibilidade limitada de fundos públicos como a barreira económica mais importante na transição para a neutralidade carbónica, mas também apontam como barreiras as lacunas de infraestruturas, a aceitação pública da política climática, a acessibilidade a alternativas limpas, ou escolha de tecnologias limpas pelas empresas.

A maior parte dos inquiridos (60%) acredita que a mudança necessária para colmatar a lacuna entre as metas de emissões e os níveis de emissões será alcançada com intervenções políticas, principalmente instrumentos baseados no mercado.

Outra das conclusões é a de que tanto especialistas como os decisores políticos dão prioridade à eletrificação, à descarbonização energética e às melhorias na eficiência energética como estratégias para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

Ainda de acordo com o relatório, os entrevistados acreditam que o Acordo de Paris tem um papel importante além do clima, porque abriu um precedente para futuros acordos que tratem de questões ambientais transfronteiriças.

O documento foi divulgado numa altura em que decorre em Belém, no Brasil, a 30.ª conferência da ONU sobre o clima, a COP30.

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