Lula da Silva discursa na sessão solene, bem como os presidentes do parlamento e do Supremo Tribunal Federal.
A cidade de Brasília, capital federal do Brasil, recorda esta segunda-feira com várias cerimónias os brutais ataques desferidos a 8 de Janeiro de 2023 por radicais de direita ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram e vandalizaram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, a sede da presidência da República. Em outras cidades brasileiras também ocorrerão atos, evocando o maior ataque à democracia no país em décadas.
Naquele dia, faz esta segunda-feira exatamente um ano, milhares de extremistas de direita que estavam concentrados há semanas junto ao Quartel-General do Exército e outros que chegaram ao longo da madrugada anterior de vários pontos do país marcharam sobre a Esplanada dos Ministérios, na região central de Brasília, onde se concentra a maior parte dos órgãos de governo, e sobre a Praça dos Três Poderes, onde ficam o Congresso, o STF e o palácio presidencial. As reduzidas forças de segurança enviadas para proteger esses imóveis não fizeram nada para impedir o avanço da multidão, antes pelo contrário, facilitaram o acesso e até escoltaram os vândalos, sabe-se agora que por ordem de oficiais simpatizantes de Jair Bolsonaro.
Durante horas, vândalos com camisolas com a foto de Bolsonaro e bandeiras do Brasil em punho destruíram o que puderam dentro do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, vandalizaram símbolos da República, obras de arte e tesouros históricos. No Congresso, atearam fogo a várias salas e no STF, além de também provocarem um incêndio, chegaram a detonar uma granada.
Só no final desse dia, após Lula da Silva, que tinha tomado posse para o terceiro mandato presidencial somente uma semana antes, ter decretado intervenção federal em Brasília é que as forças de segurança começaram a agir, sob as ordens do interventor, Ricardo Capelli, secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública. Ao longo desse dia 8 de janeiro de 2023, 254 pessoas foram presas em flagrante dentro dos centros de poder invadidos e depredados, e no dia seguinte, 9 de Janeiro, quase outras duas mil foram presas no acampamento que os ultraradicais tinham montado junto ao Quartel-General do Exército com a conivência e apoio explícito de altos comandos militares.
Um ano depois, 30 dos 1345 arguidos pela vaga de brutalidade foram condenados a penas até 17 anos de prisão, ainda há perto de uma centena de arguidos presos em regime preventivo, e o Supremo Tribunal Federal estima terminar até final de Abril o julgamento de 175 acusados. As investigações da Polícia Federal continuam, e esta segunda-feira está a decorrer a 23ª Fase da Operação Lesa-Pátria, que tenta prender tanto quem participou nos atos de vandalismo e ainda não foi preso, como quem instigou e financiou esses atos, que, de acordo com a versão oficial, visavam instalar um clima de caos político e social e forçar as Forças Armadas a intervir e assumir o comando do Brasil, tirando Lula da presidência e devolvendo o poder a Jair Bolsonaro, que dias antes fugira para os EUA.
Na manhã desta segunda-feira, uma exposição com fotos tiradas a 8 de Janeiro de 2023 e objetos vandalizados e ainda não restaurados foi aberta no Congresso, enquanto o STF fará uma sessão evocativa da alegada tentativa de golpe de Estado às 14h00 (17h00 em Lisboa). Uma hora depois, 18h00 na capital portuguesa, começará a principal cerimónia evocativa da data, uma sessão solene no Congresso, onde estão previstos discursos do presidente do parlamento, Rodrigo Pacheco, do STF, Luiz Roberto Barroso, e de Lula da Silva.
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