Partido de Inés Arrimadas bateu Puigdemont. Independentistas têm maioria absoluta.
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Os eleitores da Catalunha foram esta quinta-feira chamados às urnas para escolher o novo executivo regional, nas primeiras eleições realizadas depois da queda do governo de Puigdemont, em consequência da ativação da suspensão da autonomia pelo governo de Madrid.
Com 99% dos votos contados, o Ciudadanos sai vencedor das eleições e assegura 37 deputados. A pouca distância fica o Juntos pela Catalunha com menos três lugares parlamentares conseguidos (34). Seguem-se a ERC (32), o PSC (17), o Podemos (8), o CUP -Candidatura de Unidade Popular (4) e o PP (4). Isto significa que, apesar do partido de Inés Arrimadas ter conseguido o maior número de deputados eleitos, os partidos independentistas estão em maioria absoluta no Parlamento Catlão (conseguiram 70, quando a maioria é atingida aos 68).Arrimadas reclama vitória do Cidadãos, "primeira força política" na região
"Hoje podemos dizer que somos os vencedores das eleições na Catalunha", disse Inés Arrimadas, perante apoiantes que celebravam a vitória gritando "presidenta!".
Os "partidos nacionalistas" (pró-independência) "perderam as eleições, perderam votos, perderam força", sublinhou.
A líder do Cidadãos prometeu ainda lutar contra a "lei eleitoral injusta", enquanto o presidente do seu partido defendeu que ela "deveria ser a presidente" da Catalunha.
Na sua intervenção perante os apoiantes, Arrimadas condenou o que disse ser a "lei eleitoral injusta", que "dá mais lugares a quem tem menos votos" na rua, prometendo lutar contra esta lei.
Extrema-esquerda reclama vitória da "maioria republicana" independentista
Carlos Riera associou os quatro eleitos pelo seu partido ao bloco independentista que defende a separação da Catalunha e insistiu na derrota do bloco constitucionalista, apesar de o maior partido ser o Cidadãos (direita liberal).
A CUP passou de dez deputados para apenas quatro mas, em conjunto com a Esquerda República Catalã (ERC, 32 lugares) e o Junts per Catalunya (34 deputados) obteve uma maioria de 70 assentos no parlamento catalão.
Puigdemont reclama vitória da "república catalã" contra a "monarquia do 155"
O ex-presidente do governo da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou hoje que os independentistas ganharam as eleições e que a "república catalã ganhou à monarquia do 155".
No discurso hoje feito a partir de Bruxelas, Carles Puigdemont assumiu a vitória do bloco independentista, apesar de o seu partido, o Junts per Catalunya, ter ficado em segundo lugar, atrás do Cidadãos, defensor da unidade de Espanha.
Nas eleições regionais convocadas por Madrid na sequência da aplicação do artigo 155 da Constituição, que permite a suspensão das autonomias regionais, os partidos independentistas obtiveram 70 dos 135 lugares do parlamento.
O ex-presidente da Generalitat considerou ainda que da eleição de hoje na Catalunha resultou "uma maioria de votos e de deputados eleitos que pede um novo referendo".
Apoiantes de Puigdemont dizem que "urnas decapitaram o PP"
A formação política Junts per Catalunya sustentou hoje que o artigo 155 foi hoje "morto e enterrado" pelas eleições regionais catalãs de hoje e que "as urnas decapitaram o PP".
ANC reclama vitória dos independentistas e exige libertação dos presos políticos
A maior organização da sociedade civil pró-independência da Catalunha, a Assembleia Nacional Catalã (ANC), reivindicou a vitória dos partidos secessionistas nas eleições regionais de hoje.
"Podemos dizer que as forças pró-independência ganharam as eleições", disse o vice-presidente da ANC, Agusti Alcoberro, que falava perante uma multidão concentrada junto ao Museu Marítimo de Barcelona.
"Exigimos a devolução do Governo e a libertação dos presos políticos", frisou Alcoberro.
Esquerda Republicana Catalã diz que se votou "República" e "contra o 155"
A número dois da Esquerda Republicana Catalã (ERC), Marta Rovira, afirmou hoje que os catalães votaram "república" e "contra o 155", apesar do seu partido, com 32 deputados eleitos e 21,40% não ter ganho a eleição tal como esperava.
Rovira, que falava na sede eleitoral da ERC, reconheceu a vitória "em lugares e votos" do Cidadãos e que o seu partido não conseguiu ser a formação independentista mais votada, uma vez que o Junts per Catalunya, do ex-presidente da Generalitat, elegeu mais dois deputados, ainda que as duas formações tenham alcançado percentagens muito semelhantes.
"Os resultados dizem-nos que existe uma soma independentista e republicana, e que voltámos a ganhar as eleições apesar da ofensiva policial, judicial e da imprensa e ainda apesar de meio governo estar na prisão e a outra metade no exílio", salientou.
Cidadãos destaca "normalidade democrática" das eleições regionais
Em conferência de imprensa na sede eleitoral dos Cidadãos (direita liberal), José Manuel Villegas, aplaudiu a "normalidade democrática" da jornada, que se antecipava como "complicada, tensa e polarizada", assim como os dados provisórios de afluência às urnas, que pode alcançar um "recorde histórico" numas eleições autonómicas.
Enquanto se aguarda o escrutínio oficial, o responsável partidário disse ter assistido a "muita vontade de mudança" durante todo o dia de hoje e disse acreditar que este desejo será confirmado pelos resultados eleitorais.
O processo eleitoral na Catalunha começou às 09h00 desta quinta-feira (08h00 em Lisboa), depois de terem sido constituídas as mesas eleitorais em toda a região autónoma espanhola. Podiam participar 5,5 milhões de eleitores.
Para as eleições regionais estiveram abertas 8.247 assembleias de voto, mais 935 do que nas eleições anteriores, realizadas em setembro de 2015.
Um total de 5.885 assembleias de voto localizava-se em Barcelona, 825 em Girona, 534 em Lleida e 1.003 na província de Tarragona.
Podemos catalão promete oposição e admite resultado aquém do esperado
O cabeça de lista do Catalunya en Comú-Podem, Xavier Domènech, admitiu hoje que os oito deputados regionais obtidos nas eleições catalãs de hoje não "foi o resultado esperado" e prometeu ser oposição.
A formação política, que representa o Podemos (esquerda) na Catalunha, é favorável à manutenção da unidade espanhola mas defendeu o direito dos catalães a terem um referendo legal e constitucional, colocando-se numa posição única no cenário político-partidário da região.
O Catalunya en Comú-Podem perdeu três lugares em relação às eleições anteriores.
Candidato popular afirma preocupação com futuro da região
O cabeça de lista do Partido Popular da Catalunha (PPC) nas eleições regionais, Xavier García Albiol, expressou hoje preocupação com o futuro económico e social da Catalunha, depois de ter elegido três deputados, o pior resultado da sua história.
"Vemos com muita preocupação um futuro social e económico para Catalunha com uma possível maioria independentista", disse Albiol, numa declaração em que reconheceu a derrota do seu partido na Catalunha.
O PPC tornou-se uma força secundária no parlamento regional, onde deixam de ter grupo próprio, ao alcançarem pouco mais de 176.600 votos, quase metade do resultado das eleições regionais de há dois anos.
Nacionalistas bascos defendem abordagem diferente do conflito catalão
O Partido Nacionalista Basco (PNV) considera que o resultado das eleições regionais de hoje na Catalunha é "muito semelhante" ao do anterior escrutínio, realizado em 2015, pelo que se torna necessária uma abordagem diferente do "conflito político catalão".
Fontes da direção do PNV consideram que "o problema catalão continua atual, reforçado na sua legitimidade" após o resultado de eleições que tiveram uma forte participação eleitoral, o que "dissipa qualquer tipo de dúvida sobre o resultado e as consequências da consulta eleitoral".
Segundo os nacionalistas bascos, nas eleições regionais de hoje "procurava-se de forma envergonhada que a chamada 'maioria silenciosa' fizesse pender a política catalã para os constitucionalistas, e agora torna-se evidente que isso não aconteceu".
Candidato socialista pede aos independentistas que abandonem "via ilegal"
O candidato do Partido Socialista da Catalunha, Miquel Iceta, instou hoje as forças independentistas a "descartar firmemente a via unilateral e ilegal" após umas eleições em que admitiu ter falhado o objetivo, apesar de ter melhorado os resultados.
Iceta felicitou Inés Arrimadas, cabeça de lista do Cidadãos, que venceu as eleições, "pela sua vitória em lugares e votos", compareceu perante os militantes na sede central do PSC em Barcelona, depois de o seu partido ter alcançado 17 lugares no parlamento catalão, mais um que nas eleições anteriores.
O líder socialista celebrou este resultado, apesar de confessar que "não era" o que pretendia.
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