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China desmantela bancos clandestinos ligados a troca ilegal de dinheiro em Macau

Ministério da Segurança Pública chinês congelou fundos no valor de 500 mil euros.

05 de julho de 2024 às 09:31

O Ministério da Segurança Pública chinês anunciou esta sexta-feira ter desmantelado três bancos clandestinos ligados ao câmbio ilegal de dinheiro em Macau e congelado fundos no valor de 3,9 milhões de yuan (500 mil euros).

Numa conferência de imprensa em Pequim, o diretor adjunto do Gabinete de Segurança Pública de Zhuhai disse que a polícia da cidade vizinha a Macau lançou uma operação que culminou com a detenção de 13 suspeitos.

Niu Yanjun sublinhou que entre os detidos estão Chen Mouxia e Li Mouwei, considerados os cabecilhas de dois grupos que se dedicavam à troca ilegal de dinheiro junto às Portas do Cerco, a principal fronteira entre Zhuhai e Macau.

Niu acrescentou que na operação foram apreendidos 100 mil dólares de Hong Kong (cerca de 12 mil euros), telemóveis, máquinas de pagamento eletrónico e cartões bancários, além de terem sido congelados fundos em contas bancárias.

Na mesma conferência, o diretor adjunto do Gabinete de Investigação Criminal do ministério disse que a escala deste tipo de grupos criminais "cresceu rapidamente" nos últimos anos.

Cheng Shiqu explicou que os grupos têm conseguido lucros anuais de cerca de 1,5 mil milhões de dólares de Hong Kong (177,5 milhões de euros), vindos não apenas da troca de dinheiro, mas também da usura, o empréstimo de dinheiro a juros muito elevados.

Algo que acabou por encorajar a prática de outras atividades ilegais, incluindo "crimes violentos, fraude, roubo e contrabando, afetando de forma grave a segurança e a estabilidade social" em Macau, lamentou Chen.

O dirigente disse que o ministério pediu às forças de segurança de Macau e da China continental que reforçassem a cooperação para "combater de forma severa" o câmbio ilegal de dinheiro na região semiautónoma.

Em 03 de junho, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua avançou que o ministério organizou "uma reunião especial de trabalho a nível nacional" dedicada ao câmbio ilegal em Macau.

O ministério indicou na altura que o câmbio ilegal está ligado ao branqueamento de capitais e a bancos clandestinos que têm servido para transferir dinheiro entre diferentes jurisdições, nomeadamente entre Macau e o interior da China.

O Governo de Macau anunciou no final de maio que a criminalidade relacionada com o setor do jogo em casino mais que duplicou no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, de 158 para 351 casos.

As forças de segurança admitiram um aumento do câmbio ilegal de dinheiro e falaram de uma tendência de "agrupamento e profissionalização". Entre janeiro e março, foram identificadas 1.292 pessoas ligadas a esta atividade, sendo que 1.227 foram expulsas do território.

Em dezembro, o secretário para a Segurança de Macau, Wong Sio Chak, admitiu a possibilidade de alterar o Código Penal para criminalizar a troca ilegal de dinheiro.

Em março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA designou Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial.

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