page view

Democratas contra “julgamento à pressa” de Donald Trump

Regras do processo e chamada de testemunhas proporcionam primeiro choque entre bancadas nos EUA.

22 de janeiro de 2020 às 08:36

O julgamento de destituição de Donald Trump arrancou esta terça-feira no Senado com um debate processual inflamado, com republicanos e democratas a chocarem de frente sobre as regras do processo e a audição de novas testemunhas. "Um julgamento sem provas não é um julgamento, é um encobrimento", acusou o democrata Chuck Schumer.

Em causa estão as normas que vão reger o julgamento de Trump, anunciadas segunda-feira à noite pelo líder republicano do Senado, Mitch McConnel, cuja intenção era assegurar um processo rápido sem introdução de novas provas ou testemunhas, o que os democratas denunciaram como "uma farsa". "Não podemos ter um julgamento apressado sem audição de provas", caucionou Schumer, líder da minoria democrata no Senado.

McConnel acabou por aceitar alargar de dois para três dias o período permitido para a defesa e a acusação apresentarem as suas alegações, mas recusou discutir qualquer outra alteração processual, incluindo a chamada de novas testemunhas, nesta fase do processo.

Os democratas, recorde-se, querem chamar a depor o antigo Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, testemunha privilegiada das alegadas pressões de Trump sobre a Ucrânia para investigar o democrata Joe Biden, que estão na base das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso pelas quais o presidente está a ser julgado.

Com Donald Trump ausente da sessão e do país - o presidente está a participar no Fórum de Davos, na Suíça - coube ao advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, expor os argumentos iniciais da defesa, que passam por alegar que as acusações, além de "completamente infundadas", não se enquadram, sequer, nos crimes passíveis de provocar a destituição de um presidente.

SAIBA MAIS

3

Trump é o terceiro presidente dos EUA a ser sujeito a um julgamento de destituição no Senado. Andrew Johnson (1868) escapou por um voto e Bill Clinton (1999) foi absolvido. Richard Nixon (1974) demitiu-se antes de a sua destituição ser votada na Câmara dos Representantes.

Maioria de dois terços

A destituição do presidente deve ser aprovada por dois terços dos senadores (67 votos). Com a atual maioria republicana naquela câmara (53 senadores), é muito pouco provável que Trump perca o mandato.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8