Juscelino Kubitschek de Oliveira não foi vítima de um atentado perpetrado pelo regime militar.
O ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK), morto num polémico acidente de carro na Via Dutra, estrada que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, em 22 de Agosto de 1976, foi realmente vítima de um mero acidente de trânsito e não de um atentado perpetrado pelo regime militar que então governava o Brasil. A afirmação consta no relatório divulgado nesta terça-feira, em Brasília, pela Comissão Nacional da Verdade, escolhida pela presidente Dilma Rousseff para investigar crimes praticados por agentes do estado durante a ditadura.
Durante décadas pairou a suspeita de que JK, que era contrário ao regime militar, tinha sido assassinado por ordem dos generais e que o acidente teria sido forjado para despistar. Mas o relatório divulgado na terça, resultado de dois anos de investigações, nega o atentado e confirma a versão oficial de acidente.
“Não há nos documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise qualquer elemento material que, sequer, sugira que o ex-presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira e Geraldo Ribeiro, motorista de JK, tenham sido assassinados, vítimas de homicídio intencional”, lê-se no relatório, que mais adiante reforça a afirmação: “O conjunto de vestígios materiais indica que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e Geraldo Ribeiro morreram em virtude de um acidente de trânsito”.
Durante a investigação, a comissão ouviu o depoimento de Sérgio Leite, o perito que em 1976 elaborou o laudo técnico no local do acidente, e o médico Márcio Cardoso, que 20 anos depois fez a análise da ossada do motorista de JK, Geraldo Ribeiro. Ribeiro apresentava um orifício no crânio que poderia ter sido provocado por uma bala, o que explicaria o despiste do Opala que conduzia e onde ia JK, mas, segundo a comissão, esse buraco foi provocado por um prego metálico usado no momento de lacrar o caixão.
POLÉMICA E ESPECULAÇÕES
Ao longo de quase 40 anos, a morte de JK deu azo a uma interminável sucessão de versões, especulações e muita polémica. A versão oficial, segundo a qual o Opala com JK teria sido abalroado por um autocarro de passageiros na Dutra perto da cidade de Resende, já no estado do Rio de Janeiro, e que, na sequência e desgovernado, teria batido de frente num camião de grande porte, sempre foi colocada em dúvida por sectores de esquerda, e essas dúvidas foram instigadas nos últimos anos por membros do Governo e altos responsáveis do Partido dos Trabalhadores (PT) de Dilma e de Lula.
Em dezembro passado, uma outra Comissão da Verdade, a da Cãmara Municipal de São Paulo, controlada pelo PT, divulgou um relatório garantindo ter provas de que o ex-presidente fora vítima de um atentado. Essa comissão adiantou haver pelo menos 90 indícios e testemunhos que provavam cabalmente que a morte de JK tinha sido um atentado, evidentemente, de acordo com a comissão, ordenado pelo governo militar.
Na ocasião, no final do ano passado, a comissão de São Paulo deu grande destaque ao depoimento do motorista do autocarro acusado de ter abalroado o automóvel do ex-presidente. Josias de Oliveira, o motorista do coletivo, afirmou que lhe ofereceram “uma mala cheia de dinheiro” para ele assumir a culpa pelo acidente.
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