Secretário-Geral das Nações Unidas. diz que o nível da ameaça nuclear é o mais alto desde a Guerra Fria.
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O secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres, discursou esta terça-feira na primeira assembleia do organismo, pedindo para que o mundo evite uma guerra nuclear.
Falando sobre a Coreia do Norte, o português garantiu que "o mundo tem medo de uma guerra nuclear" e ressalvou que o uso desse tipo de armas "tem de ser impensável", condenando "inequivocamente" os ensaios nucleares efetuados por Pyongyang.
De resto, Guterres parece acreditar que a crise coreana só se resolverá através do processo político. "Não podemos seguir adormecidos para a guerra", disse o antigo primeiro-ministro português.
O secretário-geral afrimou que a ameaça nuclear está "ao nível mais alto desde a Guerra Fria" e avisou as partes envolvidas na crise da Coreia do Norte que "conversa inflamável pode conduzir a mal-entendidos fatais".
"As ansiedades globais sobre armas nucleares estão ao nível mais alto desde a Guerra Fria", disse Guterres no seu primeiro discurso como secretário-geral da ONU durante uma Assembleia-Geral da organização.
Numa aparente mensagem dirigida a Donald Trump, Guterres garante: "Este é o tempo de termos sentido de estado", apelando a que os países evitem uma guerra e criticando os líderes mundiais que estão a usar os refugiados para benefício político.
"Dói-me ver a maneira como os refugiados e os migrantes são estereotipados e usados como bodes expiatórios e ver figuras políticas que usam o ressentimento à procura de ganhos eleitorais", criticou.
Durante o discurso, em Nova Iorque, Guterres falou também da crise humanitária em Myanmar,bem como do terrorismo à escala global e dos perigos das alterações climáticas.
"Mundo em pedaços"
Guterres falou sobre vários dos problemas com que se tem conforntado nos primeiros meses do mandato.
"O nosso mundo está em problemas. As pessoas estão a sofrer e zangadas. Veem a insegurança a aumentar, a desigualdade a crescer, o conflito a espalhar-se e o clima a mudar", disse o secretário-geral.
"Somos um mundo em pedaços. Precisamos de ser um mundo em paz", continuou, num discurso em que foi alternando entre inglês, francês e espanhol.
"A confiança entre os nossos países está a ser levada para baixo por aqueles que demonizam e dividem", defendeu.
Guterres enumerou depois as sete grandes ameaças que o mundo enfrenta: o risco de conflito nuclear, o terrorismo internacional, conflitos por resolver e violações da lei humanitária internacional, mudanças climáticas, aumento da desigualdade, insegurança cibernética e a crise de refugiados.
Depois de falar sobre a crise na Coreia do Norte, o primeiro tema que abordou, o responsável falou da crise dos refugiados, dizendo que "em vez de portas fechadas e hostilidade aberta, precisamos restabelecer a integridade do regime de proteção do refugiado e a decência simples da compaixão humana".
"Eu sou um imigrante, como são muitos de vocês. Mas ninguém esperou que eu arriscasse a minha vida num barco que vertesse água ou na parte de trás de um camião para encontrar trabalho fora do meu país de nascimento", disse.
"Imigração segura não pode estar limitada a uma elite", defendeu, motivando uma salva de palmas. "Não enfrentamos apenas uma crise de refugiados, enfrentamos uma crise de solidariedade."
Guterres repetiu o pedido da semana passada para que as autoridades da Birmânia terminem com as ações militares contra o povo 'rohingya' e falou ainda sobre as alterações climáticas.
"Sabemos o suficiente para agir hoje. A ciência é inatacável", defendeu, numa sala em que ainda não estava Donald Trump, que anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris no início do ano.
No final, Guterres regressou ao tema da reforma da ONU, que foi alvo de um encontro de alto-nível organizado pelos EUA na segunda-feira.
"Precisamos de reformar o nosso mundo, e eu estou comprometido em reformar as nossas Nações Unidas", disse.
Para terminar o seu primeiro discurso de abertura do principal evento da ONU, António Guterres agradeceu em sete línguas, incluindo português.
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