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'Mercenários americanos' detidos em alegada incursão na Venezuela

Nicolás Maduro mostra passaportes de dois “mercenários americanos” capturados após invasão falhada. Trump nega envolvimento.

06 de maio de 2020 às 08:13

O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou esta terça-feira a captura de dois alegados "mercenários americanos" durante uma falhada incursão militar no país, no domingo, denunciada pela oposição como uma "montagem fabricada pelo regime".

Maduro mostrou os passaportes e outros documentos de identificação de Airan Berry e Luke Denman, capturados segunda-feira na localidade de Chuao, no estado de Aragua, juntamente com outros 11 "terroristas". "Estavam a brincar ao Rambo. Estavam a brincar aos heróis", afirmou o presidente venezuelano, que na véspera tinha anunciado uma alegada "invasão" que teria como objetivo assassiná-lo, e culpou os EUA e a Colômbia de estarem por detrás do plano. "Essa situação na Venezuela não tem nada a ver com os EUA", garantiu ontem o presidente Donald Trump.

Os dois americanos capturados trabalham para a empresa de segurança privada Silvercorp USA, sediada na Florida, cujo diretor, Jordan Goudreau, antigo militar das Forças Especiais dos EUA, confirmou estar por detrás da incursão militar, juntamente com o antigo militar venezuelano Javier Neto. "Eles trabalham comigo, são os meus homens", afirmou Goudreau sobre os dois detidos. O ex-militar adiantou ainda que tem mais operacionais no terreno e que as operações militares "prosseguem em várias províncias venezuelanas".

Além dos mercenários capturados segunda-feira no estado de Aragua, o governo venezuelano anunciou também ter abatido outros oito "terroristas" e capturado mais dois no domingo, quando estes tentavam desembarcar a cerca de 30 quilómetros de Caracas. As autoridades dizem que os mercenários chegaram à costa em lanchas rápidas provenientes da vizinha Colômbia e que traziam consigo armas, munições e equipamento de telecomunicações.

PORMENORES

Oposição fala em distração

O líder da oposição, Juan Guaidó, negou qualquer envolvimento com os mercenários e acusou Maduro de criar uma "montagem" para desviar as atenções da pandemia, de um motim numa prisão e de um violento confronto entre criminosos na capital.

Associado a Guaidó

O ex-militar americano por detrás do plano, Jordan Goudreau, disse numa entrevista ter-se interessado pela situação na Venezuela após fazer segurança num concerto de solidariedade na fronteira com a Colômbia, no ano passado, que contou com a presença de Juan Guaidó.

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