page view

Quem é Geert Wilders, o político neerlandês de extrema-direita que desistiu de chefiar um governo

Mais de 100 dias após a vitória nas eleições, o político continua sem assumir funções executivas.

15 de março de 2024 às 17:53

A vitória nas eleições neerlandesas colocou Geert Wilders no centro das atenções, em novembro. Porém, volvidos mais de 100 dias, o político continua sem assumir funções executivas. Na quarta-feira, Geert Wilders anunciou estar disposto a renunciar ao posto de primeiro-ministro enquanto procura formar um novo governo viável. "Só posso tornar-me primeiro-ministro se todos os partidos da coligação me apoiarem. Este não foi o caso", escreveu na rede social X. 

Nascido em 1963 no sul de Venlo, nos Países Baixos, perto da fronteira alemã, Geert Wilders cresceu numa família católica com um irmão e duas irmãs, relatou o jornal britânico The Guardian. Entrou na política como membro do Partido Popular para a Liberdade e a Democracia, mas saiu por discordar da posição moderada do partido sobre o Islão e a imigração.Em 2004, fundou o Partido da Liberdade, centrado em políticas anti-Islão. Apesar do surgimento de outras figuras mais jovens da extrema-direita nos Países Baixos, como Thierry Baudet, com o Fórum Nacionalista, o debate cada vez mais acalorado sobre a imigração projetou Geert Wilders para a vitória de novembro.Antes das eleições, o político procurou suavizar uma parte da retórica anti-Islão mais divisiva, admitindo abandonar a proposta de proibir as mesquitas e o Corão. Ao invés, concentrou-se nas crescentes preocupações económicas, prometendo resolver a crise imobiliária e combater a inflação. Entre as medidas mais radicais propostas na campanha incluem-se a restauração do controlo da fronteira neerlandesa, a detenção e deportação de imigrantes ilegais e a reintrodução de autorizações de trabalho para trabalhadores intra-UE. No passado, Geert Wilders elogiou o governo do presidente russo Vladimir Putin e criticou a "russofobia histérica" na Europa. Desde a invasão russa da Ucrânia, distanciou-se do Kremlin, por considerar a guerra um erro. Mas num dos últimos debates antes das eleições, rejeitou o envio de armas à Ucrânia.Em novembro, o presidente do Chega, André Ventura, felicitou-o pelo triunfo eleitoral. "O nosso amigo Geert Wilders acaba de vencer as eleições nos Países Baixos. É o último sinal: a seguir será Portugal!", escreveu na rede social X.Perante o impasse político nos Países Baixos, o Partido da Liberdade e três outros partidos conservadores estão a ponderar um cenário de governo extraparlamentar, abrindo a porta do governo a políticos e especialistas sem filiação a nenhum dos partidos. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8