page view

Rússia ameaça usar a força na Ucrânia

Representantes russos nas negociações com a NATO alertaram para risco de conflito se Ocidente não responder positivamente às suas exigências de segurança.

13 de janeiro de 2022 às 08:39

A Rússia ameaçou esta quarta-feira tomar medidas militares se fracassar a abordagem política para travar a escalada de tensões na Ucrânia e o que Moscovo classifica como ameaças à sua segurança. A ameaça russa surgiu depois de terminarem, sem avanços visíveis, as conversações esta quarta-feira mantidas em Bruxelas entre representantes da Rússia e da NATO.

“Existe um risco real de novo conflito na Europa”, admitiu após quatro horas de reuniões infrutíferas Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, alertando a Rússia para “sérias consequências” se recorrer à força das armas.

Contudo, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo imputou ao Ocidente a responsabilidade por um eventual conflito. “Se procurarem vulnerabilidades no sistema de defesa russo, buscaremos vulnerabilidades na NATO” disse, e conclui em tom de ameaça: “Não é a nossa escolha, mas não haverá outra via se fracassarmos na inversão do perigoso curso dos acontecimentos. Um escalar da situação pode ter as mais graves consequências para a segurança europeia”. A posição foi secundada pelo vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, que falou “de um nível crítico” de risco.

A vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, considerou inaceitáveis as exigências russas para reduzir tensões. “Nunca concordaremos que a NATO não pode expandir-se mais”, frisou, referindo-se à exigência de Moscovo de que a Ucrânia não entre na NATO, que já integra boa parte dos antigos países soviéticos da Europa de Leste.

Novas reuniões 

Viena recebe hoje negociações da OSCE com a Rússia, nas quais a Ucrânia terá assento, ao contrário das reuniões de Bruxelas, entre Rússia e NATO, e as de Genebra, no dia 9, entre Rússia e EUA.

Os EUA criticaram os exercícios de fogo real russos realizados na fronteira com a Ucrânia enquanto em Bruxelas tinham lugar as negociações. Visavam criar um clima de ameaça, segundo os EUA.

A Rússia disse estar aberta a debater a limitação de armas ofensivas com a NATO, nomeadamente a sua localização e medidas de verificação, mas disse esperar propostas concretas da NATO.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8