Polícia investiga possibilidade de crime de ódio na morte do jovem homossexual. Autoridades estão a traçar todos os passos dos sete agressores.
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Foram sete contra um. Enquanto sete pessoas pontapeavam e esmurravam com violência Samuel, um jovem homossexual de 24 anos, outras seis do mesmo grupo de agressores observavam o crime sem intervir. Estão agora todos na mira das autoridades que, após o bárbaro homicídio de Samuel à pancada, em plena rua, na Corunha, Galiza, estão a traçar todos os movimentos feitos pelo grupo de agressores e o papel que cada um deles teve na morte de Samuel, que está a revoltar Espanha e o mundo.
Os sete que espancaram Samuel foram já identificados e prestaram declarações, na qualidade de testemunhas e sem a presença de um advogado pelo que, tecnicamente, não são ainda considerados detidos. Os outros seis, que nem tentaram parar a agressão, nem a participaram às autoridades, foram também identificados.
Segundo testemunhas, a agressão do grupo a Samuel não durou mais de um minuto: foi quanto bastou para que o jovem morresse no local. Ainda foi sujeito, durante duas horas, a manobras de reanimação, sem sucesso.
Segundo fonte policial relatou à La Voz de Galicia, "estão a ser investigados todos os motivos" para o crime, pelo que não se descarta a possibilidade de se tratar de um crime de ódio. Após a audição de todos os envolvidos no brutal espancamento, a Polícia Nacional espanhola está agora a analisar todas as imagens de videovigilância, quer das câmaras na rua, quer dos circuitos internos dos estabelecimentos e bares, assim como da zona do passeio marítimo, para tentar reconstituir os passos de cada um dos agressores e tentar perceber como tudo aconteceu ao detalhe.
As imagens permitem ver com toda a nitidez cada momento da agressão que terminou em morte.
Um dos suspeitos, que segundo amigas foi o primeiro a agredir Samuel, é o mais facilmente identificado por todas as testemunhas até agora ouvidas pelas autoridades. O rapaz terá abordado Samuel quando este e uma amiga falavam, via videochamada, com uma terceira amiga. "Ou paras de gravar ou mato-te. Maricas", terá dito o agressor, que desferiu um murro no jovem à porta do bar Playa Club. Acabou travado por um jovem de origem africana que parava no local e terá sido depois disso que juntou mais amigos para, em grupo, espancarem Samuel até à morte.
"Supomos que, ao perceber que não seria capaz de, sozinho, continuar a bater-lhe, foi buscar amigos para, em grupo, continuar a agressão", conta uma amiga à Voz de Galicia, versão que corresponde à linha de investigação agora seguida pela Polícia Nacional.
Depois da primeira agressão, Samuel foi espancado pelo grupo a cerca de 200 metros do primeiro local. O episódio de violência foi gravado por um grupo de jovens que passava na zona e que terá também já prestado testemunho às autoridades, sendo que esta é uma versão fundamental para a polícia. Poderá haver mais testemunhas do crime, uma vez que nessa altura os bares da zona estavam a encerrar.
No local da bárbara agressão, os amigos e familiares de Samuel, assim como várias pessoas solidárias com a dor destes, montaram um memorial com velas, fotografias e flores. Esta segunda-feira, voltaram a apelar para que qualquer pessoa que tenha testemunhado a agressão fale com as autoridades. "Mesmo que tudo pareça claro, quantas mais pessoas ajudarem a esclarecer a morte do Samuel, melhor será", pediu Vanessa, a amiga com quem Samuel estava a falar por videochamada no momento da primeira agressão.
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