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Ucrânia e EUA chegam a acordo sobre os minerais

Acordo dará aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais da Ucrânia.

30 de abril de 2025 às 22:40
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Ucrânia e EUA chegam a acordo sobre os minerais

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegaram esta quarta-feira a acordo sobre os minerais.

O acordo dará aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais da Ucrânia, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, informou a Bloomberg, citada pela Reuters.

Segundo avança a Reuters, o Departamento para a Coorporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento dos EUA vai trabalhar em conjunto com a Ucrânia para finalizar o programa e fazer avançar a parceria entre os dois países.

A Administração Trump diz estar empenhada na construção da paz para uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo. "Em reconhecimento do apoio financeiro e material significativo que o povo dos Estados Unidos tem prestado à defesa da Ucrânia desde a invasão total da Rússia, esta parceria económica permite aos nossos dois países trabalhar em colaboração e investir em conjunto para garantir que os nossos bens, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação económica da Ucrânia", declarou o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, citado pela Reuters.

"Juntamente com os Estados Unidos, estamos a criar o Fundo que irá atrair investimentos globais para o nosso país", escreveu a ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, na rede social X.

"O documento na sua forma atual é uma garantia de sucesso para ambos os países", garantindo ainda que Kiev mantém "a propriedade e o controlo totais" dos seus recursos naturais, adiantou Svyrydenko.

Segundo a agência AP, os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas.

A Ucrânia tem também lítio, grafite e manganês, que são utilizados nas baterias de veículos elétricos.

Washington forneceu à Ucrânia ajuda militar no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, durante a presidência do democrata Joe Biden (2021-2025), depois de a Rússia ter invadido o país em fevereiro de 2022.

O projeto de acordo esteve durante semanas no centro de tensões entre Kiev e Washington, cujo apoio é essencial à Ucrânia.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, declarou hoje após uma reunião do Governo Trump que os Estados Unidos estavam prontos para assinar o acordo sobre minerais, detalhando que os ucranianos "decidiram [na terça-feira] à noite fazer algumas alterações de última hora".

Questionado sobre as alterações, o secretário do Tesouro respondeu: "Nada foi retirado. É o mesmo acordo que alcançámos este fim de semana. Não há alterações da nossa parte".

Por sua vez, o Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou que os Estados Unidos queriam algo em troca "dos seus esforços" em relação à Ucrânia.

"E nós dissemos: as terras raras. Eles têm terras raras muito boas", acrescentou.

"Concluímos um acordo que garante o nosso dinheiro e nos permite começar a escavar e a fazer o que precisamos de fazer", prosseguiu Trump, sublinhando que "também é bom para eles porque haverá uma presença norte-americana" na Ucrânia.

Uma versão anterior do texto devia ter sido assinada durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro, mas a altercação sem precedentes com Trump em direto da Sala Oval precipitou a partida sem assinar o acordo.

Uma nova versão, proposta por Washington em março, foi considerada pelos deputados e pela comunicação social ucranianos muito desfavorável.

No decurso das negociações, esse documento foi transformado numa versão mais aceitável para Kiev, segundo responsáveis ucranianos.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

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