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União Geral de Trabalhadores exige a Portugal e à União Europeia condenação pública do golpe militar em Myanmar

"Depois de 30 anos de ditadura militar no Myanmar, apelamos ao Governo de Portugal para apoiar o povo do Myanmar", disse o sindicato.

12 de fevereiro de 2021 às 13:59

A União Geral de Trabalhadores (UGT) exigiu ao Governo português, assim como aos restantes executivos da União Europeia (UE), a condenação pública do golpe militar em Myanmar, segundo um comunicado do sindicato esta sexta-feira divulgado.

"A UGT está profundamente preocupada com o golpe de Estado no Myanmar, perpetrado por militares, instando o Governo português a condenar publicamente tal atropelo à democracia e à liberdade (...)", refere o texto da carta da UGT enviada ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

Segundo o documento, Portugal deve "desenvolver todos os esforços diplomáticos que contribuam para reverter a situação e assegurar a libertação de todos os detidos, bem como a terminar com a violência e a intimidação dos cidadãos".

"Os autores do golpe devem ser isolados", indicou a UGT.

O sindicato, "em linha com as exigências da Confederação Sindical Internacional (CSI-ITUC) e da Confederação Europeia de Sindicatos (CES-ETUC) às instituições internacionais", quer que o Governo português, em conjunto com os restantes Governos da União Europeia, condene "publicamente o golpe de Estado em Myanmar".

A UGT também pede que os Governos de Portugal e da UE não reconheçam "as autoridades militares no poder" e que solicitem "à Assembleia Geral das Nações Unidas para manter vago o lugar de Myanmar até que os representantes eleitos possam formar um parlamento e um Governo".

O sindicato também quer que os Governos português e europeus apoiem "uma resolução urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo sanções para os líderes do golpe militar e um embargo de armas", assim como a implementação de "sanções económicas abrangentes para impedir os militares de obterem lucros".

"Solicitar às empresas portuguesas que tenham contactos económicos com Myanmar para que apoiem e protejam os trabalhadores afetados por este golpe militar", indica a nota, que ainda pede medidas para garantir que o Governo civil em Myanmar seja reposto, entre outras propostas, nomeadamente o apoio aos refugiados e a ajuda humanitária.

"A UGT Portugal solidariza-se com os trabalhadores e o povo do Myanmar e presta homenagem aos corajosos trabalhadores que lutam para rejeitar a tomada de poder pelos militares e repor a democracia naquele país", indicou o comunicado.

"Depois de 30 anos de ditadura militar no Myanmar, apelamos ao Governo de Portugal para apoiar o povo do Myanmar e para se assegurar de que o voto popular é respeitado e que aqueles que foram democraticamente eleitos podem formar um Governo legitimo", referiu o documento.

A alta comissária adjunta para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Nada al-Nashif, pediu hoje sanções específicas contra os responsáveis pelo golpe militar em Myanmar (ex-Birmânia), que ocorreu em 01 de fevereiro.

Nada al-Nashif pediu à comunidade internacional que as sanções tomadas pela comunidade internacional sejam "direcionadas".

"Os líderes deste golpe são um alvo apropriado para tais ações", sublinhou Nada al-Nashif, durante uma sessão extraordinária do Conselho de Direitos Humanos (CDH) sobre Myanmar solicitada por países europeus.

A 01 de fevereiro, o exército prendeu a chefe do Governo civil birmanês, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.

Desde então, têm ocorrido sucessivos protestos em várias cidades de Myanmar e a tensão nas ruas tem vindo a aumentar. As forças policiais têm recorrido frequentemente a canhões de água e outros métodos para dispersar os manifestantes.

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