Farmacêutica Pfizer quer produzir e distribuir 50 milhões de doses até ao final do ano e 1,3 mil milhões no próximo ano.
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A vacina experimental contra o novo coronavírus desenvolvida pela Pfizer demonstrou uma taxa de eficácia de 90% nos ensaios clínicos que estão a ser realizados em seis países, alimentando a esperança de que possa estar finalmente à vista o princípio do fim da pandemia que matou mais de um milhão de pessoas em todo o Mundo. As conclusões ainda não são definitivas porque os testes ainda não terminaram, mas os responsáveis pela farmacêutica americana e pela sua parceira alemã BioNTech estão extremamente confiantes. “Este é um grande dia para a ciência e para a Humanidade”, disse o presidente da Pfizer, Albert Bourla.
“Se vier a verificar-se que a sua eficácia é na ordem dos 90%, tenho a dizer que será das melhores vacinas que teremos, porque as que utilizamos atualmente nem todas têm essa eficácia. Esperemos que sim, que os ensaios se venham a concretizar”, disse esta segunda-feira a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, lembrando que “Portugal está nos mecanismos europeus para aquisição de vários tipos de vacina e de várias marcas”. “Esta que hoje [segunda-feira] anunciou estes resultados é uma daquelas que o nosso país tem previsto adquirir”, sublinhou.
A farmacêutica diz que os resultados definitivos dos ensaios clínicos devem ser conhecidos até dezembro e adiantou que vai pedir uma autorização de emergência para começar a administrá-la nos EUA ainda antes do final do ano. A empresa prevê fabricar 50 milhões de doses este ano, suficientes para imunizar 25 milhões de pessoas, e 1,3 mil milhões de doses durante o ano de 2021. A taxa de eficácia requerida para a aprovação de uma vacina contra a Covid-19 nos EUA é de 50%.
A vacina experimental da Pfizer, que usa o código genético do vírus para provocar uma resposta imunitária, é administrada em duas doses com um intervalo de três semanas. Nos testes realizados até agora em 43,5 mil voluntários em seis países, incluindo os EUA e o Brasil, não foram registados efeitos secundários graves.
"Pode mudar o rumo da pandemia", diz OMS
Bruce Waylard, responsável da Organização Mundial de Saúde, disse esta segunda-feira que os resultados anunciados pela Pfizer são” muito positivos” e que “podem mudar o rumo da pandemia”.
Bolsas mundiais com ganhos expressivos
As bolsas mundiais fecharam esta segunda-feira com valorizações expressivas, na sequência do anúncio da Pfizer. Como exemplo, Nova Iorque bateu recordes e Madrid teve o melhor dia numa década.
Vacina russa reclama a mesma eficácia
Europa compra 200 milhões de doses
Em setembro, a Comissão Europeia disse estar a negociar com a Pfizer para a compra de 200 milhões de doses, em nome dos vários Estados-Membros da União Europeia.
Segurança vale mais 100 milhões de doses
O negócio entre a Comissão Europeia e a farmacêutica prevê a opção de adquirir 100 milhões de doses adicionais, caso a vacina prove ser segura e eficaz contra a Covid-19.
Portugal com direito a 6,9 milhões de vacinas na 1ª fase
A quota de Portugal no stock assegurado pela Comissão Europeia numa primeira fase é de 6,9 milhões de vacinas. As doses já foram reservadas e a compra foi autorizada pelo Governo em agosto. O Estado comparticipará a compra em 20 milhões.
43,5 mil voluntários
Os ensaios clínicos da vacina da Pfizer decorrem em seis países, incluindo os EUA e o Brasil, e envolvem um total de 43,5 mil voluntários.
A empresa não revelou a dimensão da amostra mas disse que 94 voluntários contraíram Covid-19, o que permite supor que, para haver uma taxa de eficácia de 90%, apenas oito destes receberam a vacina.
Segurança é essencial
A farmacêutica espera ter dados definitivos sobre a segurança da vacina até final da próxima semana, para avançar com o pedido de utilização de emergência. Testes clínicos devem ficar concluídos em dezembro.Assim, é fundamental só tirar conclusões quando os resultados forem publicados, defende o investigador Miguel Castanho. "É ótimo haver uma nova ferramenta, mas não se pode já formular um juízo, só quando a investigação for publicada. É preciso cuidado", alerta.
Especialistas portugueses pedem cautela com entusiasmo
"Muita cautela": é este o pedido de vários especialistas portugueses em relação ao entusiasmo gerado pelos resultados (90% de eficácia) da vacina experimental contra a Covid-19 desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech. "Não temos informação científica válida. Temos de ser cautelosos quanto ao entusiasmo, promovido sobretudo pela farmacêutica. Falta-nos saber um aspeto muito importante, a par da eficácia. Qual a segurança da vacina?", questiona Francisco Antunes, infecciologista do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Esta opinião é partilhada pelo médico Ricardo Baptista Leite. "É uma notícia positiva, que nos dá esperança, mas há que aguardar pelos ensaios clínicos. Tudo isto é preliminar. A par da segurança da vacina, é importante saber-se qual a durabilidade desta imunidade", explica. Também Ricardo Mexia, especialista em Saúde Pública, admite muitas reservas. "Ainda falta cumprir o resto dos ensaios clínicos e a chegada ao mercado ainda demora. Mas sim, são boas notícias. Precisamos é de dados com mais robustez", defende o clínico.
Assim, é fundamental só tirar conclusões quando os resultados forem publicados, defende o investigador Miguel Castanho. "É ótimo haver uma nova ferramenta, mas não se pode já formular um juízo, só quando a investigação for publicada. É preciso cuidado", alerta.
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