PSOE e Unidas Podemos caem, PP sobe e extrema-direita passa a terceira força política. Cidadãos afunda-se.
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Tudo praticamente na mesma em Espanha. Os socialistas de Pedro Sánchez voltaram a vencer as eleições, mas nenhum partido ou bloco político ficou perto da maioria absoluta que garanta um governo estável, numas eleições que ficam marcadas pela explosão da extrema-direita, que passa de quinta para terceira força política, e pela implosão do Cidadãos, que faz o caminho contrário. O cenário de ingovernabilidade mantém-se.
Sem surpresas em relação àquilo que vinha a ser avançado pelas sondagens, o PSOE voltou a ser o partido mais votado, com 28% e 120 deputados, mas a vitória deixa novamente um sabor amargo na boca de Sánchez que, além de ter ficado, mais uma vez, muito aquém da desejada maioria, ainda perdeu votos em relação às últimas eleições, em abril. Já o Partido Popular, de Pablo Casado, recuperou do descalabro eleitoral de abril e subiu de 66 para 88 deputados (20,8%), reforçando a sua posição como segundo maior partido.
Em terceiro lugar surge o Vox, grande vencedor destas eleições. Impulsionado pela crise independentista na Catalunha e pela polémica que rodeou a exumação de Franco, o partido de extrema-direita liderado por Santiago Abascal mais do que duplicou o número de votos e de deputados, passando a ser a terceira força política em Espanha com 52 lugares no Parlamento.
O Podemos, de Pablo Iglesias, voltou a perder votos mas conseguiu manter o quarto lugar com 35 deputados, à frente do grande derrotado da noite, o Cidadãos de Albert Rivera, que caiu de 57 para 10 deputados.
Sem uma maioria clara de esquerda ou direita, estes resultados voltam a deixar Sánchez refém dos independentistas catalães e dos nacionalistas bascos para chegar a uma eventual maioria, cenário que ele próprio já rejeitou em abril. Resta-lhe assim, mais uma vez, tentar formar um governo minoritário com apoio de Iglesias e, eventualmente, de Rivera. Ou então convocar novas eleições para ver se à terceira é de vez.
Sánchez pede generosidade e aponta a governo "progressista"
Pedro Sánchez apelou à "generosidade e responsabilidade" de todos os partidos políticos "para desbloquear a situação política em Espanha" e prometeu que o PSOE será igualmente "generoso e responsável", deixando antever uma possível cedência nas negociações com o Podemos. "Vamos ter um governo progressista, sim ou sim", garantiu o primeiro-ministro, adiantando que o seu convite ao diálogo é extensível a todos os partidos menos "os que se excluem da convivência e semeiam o discurso do ódio e contra a democracia".
Casado ao ataque: "Sánchez perdeu o seu referendo"
O líder do Partido Popular fez um discurso triunfante apesar de ter ficado em segundo lugar. Apontando todas as baterias ao primeiro-ministro e ao PSOE, Pablo Casado disse que Sánchez perdeu a legitimidade para liderar o governo. "Sánchez perdeu o seu referendo, é o grande derrotado desta noite", disparou o líder popular, que viu o seu partido crescer de 66 deputados em abril (o pior resultado eleitoral do PP) para 88 deputados no novo Parlamento. Admitiu, porém, que "a bola está do lado de Sánchez" por ter sido o partido mais votado.
Construir alternativa patriótica
O líder do Vox, Santiago Abascal, grande vencedor da noite eleitoral, defendeu a construção de uma alternativa de governo "patriótica" e prometeu reverter as leis "liberticidas e inconstitucionais que os outros partidos deixaram passar". Deixou ainda um recado à Imprensa: "A partir de agora, terão de criminalizar 3,5 milhões de espanhóis".
Mão estendida para travar a extrema-direita
Pablo Iglesias voltou a estender a mão a Sánchez para formar um governo "capaz de travar a extrema-direita". "O que em abril era uma oportunidade agora é uma necessidade" disse Iglesias, que deixou ainda um reparo ao PM: "Esta repetição eleitoral serviu apenas para reforçar a direita e para tornar a extrema-direita numa das mais fortes da Europa".
Rivera coloca futuro nas mãos dos militantes
"O que tivemos esta noite foi um mau resultado, sem paliativos nem desculpas", admitiu o líder do Cidadãos, Albert Rivera, antes de anunciar a convocação de um Congresso Extraordinário no qual colocará o seu futuro nas mãos dos militantes do partido.
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