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Carlos Rodrigues

Carlos Rodrigues

Diretor

"A nacionalidade é uma prova de fogo, tanto para a AD, como para o Chega"

07 de julho de 2025 às 00:32

Seria excelente que, para inaugurar a inevitável confluência a que estão condenados, AD e Chega conseguissem consensualizar uma boa, equilibrada, eficaz e humana lei da nacionalidade. Apesar de tudo, creio que isso não é totalmente impossível. Vejamos: taticamente, a AD quer destrunfar o Chega, mostrando que pode ser dura sobre a imigração, e tenta puxar o partido de Ventura para a área das decisões pelas quais pode ser responsabilizado. Já Ventura, pelo seu lado, aproveita a negociação com o PSD para desgastar o conceito de ‘linhas vermelhas’ e obliterar, como diria Trump, o ‘não é não’. Jogadas à parte, todos ganharíamos se as posições se aproximassem, sobretudo nas matérias em que a ideologia ultrapassa o razoável e a Constituição. Tal como o Eduardo Dâmaso tem explicado, e ontem foi reiterado pelo professor Rui Pereira, a sanção irreversível da perda de nacionalidade é inconstitucional e desumana. Deve ser abandonada. Também as regras da humanidade e da decência, que tanto prezamos e nos definem, obrigam à prevalência de certos princípios no reagrupamento familiar. O País, a sociedade e a economia precisam de uma imigração regulada, humana e decente, e de políticas de integração equilibradas, que não despertem fantasmas, combatam o ódio e o racismo, e promovam a coesão nacional. Conseguirão estes partidos colocar o interesse nacional acima das ideologias e dos cálculos eleitorais? Eis a prova de fogo para ambos.   

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