José Luís Carneiro, moldado nas artes governativas pelo contacto com as comunidades portuguesas, ganhou densidade política no difícil cargo ministerial da Administração Interna. Foi aí que conseguiu equilibrar o balanço do executivo de António Costa em matérias tão sensíveis, e que tão desastrosas estavam a ser até à sua entrada para o cargo, como o combate aos fogos, a segurança pública e o choque causado pelo fim do SEF.
Num trabalho de ourives, conseguiu articular o processo com os sindicatos, e extinguir os serviços com o mínimo possível de intranquilidade pública, laboral e de segurança nas fronteiras. Desenvolveu uma aura de eficácia política, de capacidade de diálogo e de liderança pelo exemplo. Estas serão as suas principais armas.
A maior dificuldade será enfrentar as críticas à gestão que os socialistas fizeram do problema da imigração - e dizer que se limitou a cumprir ordens de António Costa não é opção para o futuro secretário-geral. Eis um dos principais desafios à sua capacidade política.
O posicionamento ao centro será um risco diário. Sempre que chegar a acordo com a AD, vai abrir um pouco mais o flanco à liderança da oposição por parte do Chega de André Ventura. Entre o interesse nacional e a mera tática política, numa tensão que será permanente, os socialistas devem preparar-se para ter nervos de aço, porque a liderança de Carneiro vai andar no fio da navalha. Neste momento, não há outro rumo.
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Por Carlos Rodrigues.
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