Carlos Rodrigues
DiretorNo retrato das autárquicas a fazer ao longo da semana é relevante anotar que a esquerda continua a cair. O poder municipal dos comunistas, por exemplo, que já teve dezenas de câmaras, está agora reduzido a 12 presidências, sem nenhuma capital de distrito. O Bloco, pelo seu lado, também foi varrido deste mapa, e o Livre não se livra, desta vez, da mesma irrelevância. Tudo somado, temos o retrato de um país que, 51 anos depois do 25 de Abril, dispõe de uma larguíssima maioria sociológica de direita, a tombar até para o extremo mais afastado, com o PS a tentar sobreviver e recuperar, aproximando-se, também ele, do centro, à imagem, aliás, do partido que era liderado por Mário Soares. Exemplo máximo desta crise existencial é a assunção, mais ou menos consensual, de que a candidatura socialista em Lisboa acabou por ser muito prejudicada pelo perfil demasiado esquerdista da candidata, agravado, ainda para mais, pelo facto de se fazer deslocar pela cidade com Mariana Mortágua e Rui Tavares à ilharga. Pelos vistos, essa aliança foi motivo mais do que suficiente para amedrontar a maior parte dos votantes moderados, mesmo aqueles que poderiam ser críticos em relação à forma como Carlos Moedas geriu a cidade nestes 4 anos. Tudo indica que os velhos partidos da extrema-esquerda tradicional, baseados em ideias e rostos que estão esgotados, caminham alegremente rumo à extinção.
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Por Carlos Rodrigues
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