Carlos Rodrigues
DiretorTalvez fosse interessante sujeitar Donald Trump ao mesmo exercício humorístico que em tempos salientou as mudanças de opinião de Marcelo sobre o aborto. Sou a favor, sou contra, despenalizar, legalizar, talvez sim, talvez não. Muitos leitores ainda se lembrarão, estava o chefe do Estado muito no início, e as alterações de humor deixavam a nu uma certa procura de agradar por agradar, a inconstância do poder. Não será bem esse o caso do senhor de Washington, mas ontem surgiu-me a lembrança dessa piada quando Trump discursou e mudou pela enésima vez de posição sobre a Ucrânia. Como reagiriam os americanos ao humor político mais ácido, ao género dos Gatos Fedorentos, numa altura em que os Estados Unidos têm assistido, com alguma passividade, ao ataque da censura trumpista contra a liberdade de expressão? No espectáculo global da instabilidade do mundo, o Presidente americano é todo um capítulo à parte, a síntese perfeita e a personificação destes tempos conturbados. Pela Rússia, contra a Rússia, a Ucrânia tem de ceder, a Ucrânia pode ganhar, Putin é um estadista, afinal não, Zelensky é que dá um exemplo à humanidade, a guerra vai acabar, a guerra vai durar. Amanhã veremos qual é próxima posição do homem que ocupa o lugar a que antigamente se chamava “líder do mundo livre”. Trump é volúvel. Encharca o mundo de contradições para desorientar os aliados, e enfraquecê-los. Cabe à Europa evitar essa armadilha.
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Por Carlos Rodrigues.
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