As minhas irmãs acham que, no resumo da minha vida, me faltou uma mulher capaz de me explicar como Adão precisou de Eva para conhecer o pecado, além de me proporcionar uma vida ocupada com os mistérios da criação e saudável como um robalo de mar capturado em Vila Praia de Âncora. Uma esposa, mais do que ‘uma mulher’, acabaria com a minha preguiça e com aquilo que Dona Elaine, a governanta deste eremitério de Moledo, chama "a mania dos livros"; em vez disso teria netos, preocupações, ferramentas para arrumar na garagem - e não teria disposição para a vaidade de escrever estas crónicas. O destino, ai de mim, não o quis. Em vez de um homem de meia-idade rodeado dos indesmentíveis prazeres da família, resultou um tio-avô rodeado dos prazeres de uma família ruidosa e da bênção da memória. Os casamentos dos Homem foram sempre um mistério de solidez, razão por que há tantas histórias de celibato na família - ou de estroinice, como garantia a tia Benedita, a guardiã miguelista de Ponte de Lima, que desconfiava dos homens da casa (o marido morreu na flor da idade, depois de uma ceia em Pontevedra). Queria isso dizer que, ou havia casamento ou havia pecado - a opção era maniqueísta mas fez escola. Como diz frequentemente a Dra. Celina, a nossa bibliotecária de Caminha, "depois de um grande Carnaval vem sempre uma grande Quaresma". Não se pode ter tudo e o seu contrário.
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Eu não discuto porque ela vê muitos debates pela televisão.
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Não tive de me incomodar com obrigações matrimoniais.
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