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Baptista-Bastos

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Jornalista

As coisas movem-se

01 de fevereiro de 2017 às 00:30

A descida de Pedro Passos Coelho nos oráculos do voto só será surpreendente para quem tenha da visão política portuguesa um entendimento limitado. Para os que desejam ver com clareza, as decisões do Governo de António Costa, pressionado pelos seus parceiros das Esquerdas, provocaram uma substancial alteração no quadro político e social português. E as torpes ameaças do alemão Wolfgang Schauble ao governo português não passam de isso mesmo: ameaças, embora perigosas e absolutamente condenáveis.

O reaparecimento de Rui Rio, provindo dos cafarnauns do PSD, significa que alguma coisa está a mudar nos esquemas daquele partido. E se Donald Trump surge como vencedor implacável, a verdade é que essa implacabilidade, desejada com tanto afã pela Direita, não obtém o consenso de braços abertos de muita América. Donald Trump criou uma decepção e uma insatisfação que apenas começaram a manifestar-se. O mundo está a mudar, e se nem sempre pelo caminho mais justo, as contracondutas correspondem a uma ânsia, cuja natureza não deve ser ignorada. Um pouco por todo o lado, o mundo mexe. A própria União Europeia, uma vez abandonada a fórmula repressiva que sucedeu à fundação, não está suficientemente segura da sua natureza. Há tempos, Francisco Louçã atribuiu uma temporalidade relativa à sua manutenção. E parece que as coisas estão a corresponder à natureza do seu propósito.

Teremos de interpretar o caso Trump como um incidente perigoso e malévolo, mas incidente. E juntar este assunto a outros, igualmente tenebrosamente memoráveis, porque passaram os Estados Unidos e o mundo. O mundo, aliás, não está um sítio agradável para se viver. Mas a verdade é que, quando as coisas estão feias para muitos de nós, quando as autoridades arbitrárias impõem o seu nefasto domínio, os homens sobressaltam-se e não o permitem. Não acredita? - leia a História.

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