Estávamos nós, os adultos, sob a presidência de Mestre Gigi, a deglutir com apetite e certo romantismo um saboroso pernil no forno – falando do “Portugal profundo” e da cozinha de antanho, rindo, pedindo mais uma salada, coitadinha, que vinha polvilhada de coentros e não escondia as finas rodelas de cebola nem um vinagre altivo e vingador, eu (embevecido) ouvindo histórias deliciosas, bebendo mais uma garrafa daquele vinho feito entre o Douro e o Sabor, rios da minha vida – e, ao lado, uma das netas do Gigi (a ‘carioca’), e uma amiga, comiam um bitoque. Não trocava o pernil, que estava suculento e era de boa qualidade (estávamos no Mascote do Sacramento, em Alcântara, Lisboa), mas um português é, sempre que lhe calha estar à mesa, curioso e cientista. Curioso acerca do prato da mesa ao lado, o que pode culminar na mais inocente das invejas – e um observador atento em matéria de ciência gastronómica. Por exemplo: como está este bitoque?, estão lá as três ou quatro azeitonas da ordem?, a forminha de arroz veio fazer companhia às batatas?, o molho abunda e acompanha a refeição até ao fim?, o ovo estrelado tem a gema suculenta como um pudim do Abade de Priscos? Perguntas, sempre perguntas, como um bom investigador.
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