Bem se pode dizer que o país acompanhou, ao minuto, o caso do desaparecimento e a confirmação do tenebroso homicídio de que foi vítima Rodrigo, de apenas 15 anos, em Portimão. Bem se pode dizer que foram muitas e variadas, com amplo destaque na comunicação social, as manifestações de luto e dor, quer de amigos e familiares, quer dos colegas de escola de Rodrigo, tido como um miúdo entristecido.
A morte do Rodrigo e as terríveis condições em que aparentemente foi executado devem levar-nos muito para além de espetáculos de solidariedade e tristeza coletiva. O corpo de um inocente de 15 anos, manifestamente maltratado, encontrado com uma corda em torno do pescoço e escondido num terreno baldio, tem de fazer-nos pensar! Tem de permitir-nos retirar lições sobre o país que estamos a construir.
Antes de qualquer outra coisa, temos de acabar com o espetáculo degradante que é o funcionamento e a comunicação da justiça entre Portugal e o Brasil. Sob pena de, sendo dois países com fortíssimas ligações e fluxos migratórios, se tornarem paraísos de acolhimento de criminosos. Se, compreensivelmente, os dois países mantiverem a recusa em extraditar cidadãos nacionais, então ao menos que executem com rigor as decisões proferidas pelos tribunais do outro país. Que aceitem cooperar! Faz algum sentido que um brasileiro seja condenado a 20 anos de prisão em Portugal e tenha uma vida perfeitamente normal no Rio de Janeiro? Ou vice-versa?
Volto ainda ao tema da medida das penas em Portugal. Rodrigo foi, aparentemente, executado por motivos fúteis, num processo extremamente violento e perverso, complementado com atos de encobrimento e fuga. Ainda que fosse condenado a 25 anos de prisão, o padrasto de Rodrigo voltaria à liberdade, no pior cenário possível, com 63 anos. Será isto justiça, para quem eliminou da face da terra um jovem cheio de vida e com um imenso futuro pela frente?
A personalidade: Rui Vitória
O treinador dos encarnados sofreu para ganhar ao seu rival da Segunda Circular, mas acabou por fazê-lo naquele que poderá ser um jogo decisivo do campeonato. A vitória sobre o Sporting – e especialmente sobre Jesus – confere ao técnico das águias uma renovada força junto da direção do clube e um inquestionável apoio dos adeptos nesta fase.
Positivo: Imprensa
O fim da mordaça sobre o CM e a CMTV, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, é uma vitória da liberdade de imprensa em Portugal.
Negativo: Instabilidade
O líder do PSOE, Pedro Sánchez, não conseguiu a aprovação do Congresso dos Deputados e falhou a segunda tentativa de formar Governo em Espanha, lançando o país num cenário de forte instabilidade política.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
No elevador da Glória, muito se tem falado de culpa, a tal que gosta de morrer solteira.
Engenheiro, filho de jornalista, como gosta de referir, Moedas tropeçou no léxico.
Aplicações ajudam a gerir emails acumulados, priorizar tarefas.
O que vale mais - a rotina cómoda ou a ética do cuidado?
Luís Montenegro vai visitar uma nova superpotência que quer liderar uma nova ordem mundial.
"Sim, os políticos são responsáveis pela qualidade dos técnicos de que se rodeiam".