Agumentista precisa-se! O caso ‘Casados’

Qualquer reality show que quer obter sucesso tem de ter guião. Precisa ter cenário, criar situações, ter as suas personagens principais e as coadjuvantes, criar uma história em cada episódio, seja este diário (ou 24 horas, como é um ‘Big Brother’) ou gravados e passados em tempo "irreal", de acordo com a vontade da estação que adquiriu o formato (como é o caso de ‘Casados no Paraíso’ ou ‘Quem quer namorar com o agricultor’). Ora bem, e se o formato "live" já tem de estar preocupado com o enredo de cada dia, com o que se inventa para os concorrentes "responderem" e garantirem as audiências desejadas em tempo real, na versão "diferido" qualquer erro é inconcebível. E, no entanto, eles acontecem... e como! ‘Casados no Paraíso’ transformou-se num inferno para a SIC... por falta de guião. A culpa não é dos concorrentes, nem da apresentadora. A culpa também não é do contrato, ou seja, com a necessidade de seguir o original. A culpa é da incompetência em adaptá-lo, torna-lo sedutor para o público e criar desejo em assistir a cada episódio. ‘Casados’ é uma desgraça, que o mesmo que dizer, uma pasmaceira: ninguém se apaixona, ninguém beija ninguém, ninguém dá um mergulho, ninguém rigorosamente nada. A pergunta inevitável é: para quê emitir um programa de romance quando os concorrentes se detestam e só discutem. Quem quer ver uma história que é a negação de si própria? Aconselho a SIC a encontrar um argumentista, um diretor de casting e pô-los a trabalhar nestes formatos caríssimos. Deverá compensar o investimento.