Pizzi: uma história por contar

Com uma espécie de ‘exílio forçado’ na distante Turquia encerrou-se no Benfica o dossiê Pizzi. Que, como se sabe, pode vir a ser reaberto, pois o jogador de 32 anos rumou ao Basaksehir a título de empréstimo, até final da época. De Pizzi, ou melhor, da novela que levou à saída de Pizzi para a outra ponta da Europa, muita coisa ficou por contar e por esclarecer. E nem seriam precisas as palavras da sua mulher nas redes sociais – em que insinua a existência de espinhas atravessadas na garganta – para percebermos que as mensagens de despedida do jogador e do clube se limitaram a cortesias de circunstância. Assente a poeira, a ideia que fica é que Pizzi saiu da Luz a carregar a cruz do bode expiatório, após uma fase truculenta do futebol do Benfica. Sabe-se que tinha má conexão com Bruno Lage, deficiente relação com Jorge Jesus e agora com Nélson Veríssimo as coisas também não melhoraram. Prova disto é que continuava a vegetar no banco de suplentes e com isso a potenciar a contaminação do balneário. Pelo menos esta era a imagem para quem olhava de fora.Vendo bem as coisas, não espanta este desfecho. Pizzi, apesar dos seus oito anos de águia ao peito – uma raridade nos tempos que correm – nunca deixou de ser um mal-amado para boa parte do auditório da Luz. Saiu pela porta pequena. Pela qualidade futebolística, o transmontano tinha tudo para entrar para a galeria dos heróis do Benfica. Talvez um dia, numa entrevista de vida após o final da carreira, venhamos a saber por que razão isso não aconteceu.