Raramente entro nos terrenos da política, embora perceba que diariamente nos entra pela porta, pedindo licença, se é democrática, arrombando se é musculada. Num país como os Estados Unidos, 100 milhões assomaram à janela da televisão para ver e julgar dois candidatos a governantes.
A política é a nobre arte de governar a cidade. É um serviço, a entrega para o bem de todos. Supõe inteligência, entrega e lucidez – o contrário da vaidade que é, como disse o Papa Francisco, a osteoporose do espírito. Vem tudo isto a quê? Ao desprezo dos valores humanos, à mentira institucional, em nome da política.
À procura de cargos nacionais ou internacionais, apenas a partir das encenações para uma ambição pessoal ou interesses escondidos que esquecem pessoas e causas. Quase nos obrigam a sacudir os ombros e a pensar, pelo que vemos, que a honestidade tem de se contentar com o último lugar. O que importa é o mais hábil ou o que melhor eletriza o povo. O caráter, a lealdade, a dignidade são arrumados detrás do pano para que a verbosidade, mesmo que enganosa, vista os seus melhores trajes e tinja de verdade as grandes mentiras.
A pior democracia é melhor que uma ditadura. Mas em democracia os fins não justificam os meios. Lá e cá.
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