Exige-se maior rigor a quem opina no espaço público, porque a ignorância ditada com convicção também é uma forma de violência. Repetiu-se, sem pudor, que a mulher agredida na Madeira “perdoou” o agressor e retirou a queixa, como se isso encerrasse o assunto. Não encerra. A violência doméstica é um crime público: não pertence à vítima, não depende da sua coragem nem da sua exaustão. O que houve foi uma decisão do Ministério Público, que entendeu que a ameaça de prisão bastava e suspendeu o processo. Essa escolha revela mais sobre o sistema do que sobre a vítima. Perdoar, nestes contextos, raramente é liberdade; é sobrevivência. Todos os dias mulheres cedem por medo. Enquanto o debate público insistir na culpa da vítima e não na responsabilidade coletiva, continuaremos a falhar - às mulheres, às crianças e à própria ideia de justiça.
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Enquanto o debate público insistir na culpa da vítima e não na responsabilidade coletiva, continuaremos a falhar - às mulheres, às crianças e à própria ideia de justiça.
Quando estão em causa políticos, a prioridade deveria ser sempre a clareza, a confiança e a responsabilização.
Quando uma decisão de inconstitucionalidade acontece, o debate devia a ser outro.
Não há consequências para quem falhou.
Clara acumulava uma carreira marcada pelo jornalismo, pela divulgação científica e por uma escrita que desafiava fronteiras.
Na antevéspera da greve geral, o País entra numa espécie de pausa.
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