Merece ser saudada a determinação dos líderes da UE ao manterem a escolha de Jean-Claude Juncker. Ninguém terá dúvidas de que, se tivesse havido hesitação ou recuo, a UE estaria hoje num impasse do qual demoraria a sair. Novos nomes surgiriam em entraríamos num demorado processo de difícil resolução. O Reino Unido teria ganhado um peso acrescido, as clivagens ter-se-iam acentuado e as consequências seriam difíceis de prever. Ao invocar o "Compromisso de Luxemburgo", David Cameron tentou fazer vingar a regra da unanimidade e a resposta firme a essa proposta constituiu um momento decisivo de todo este processo. Com esta opção, os dirigentes europeus proporcionaram à UE algum tempo de tranquilidade, como se pôde constatar nos últimos dias. Convém salientar o papel dos socialistas europeus e, particularmente, de Martin Schulz, que reagiu com assinalável "fair-play" ao triunfo do seu rival na corrida à presidência da Comissão Europeia. Esta situação contém uma característica inédita: a ousadia foi a de seguir a letra da lei ou, neste caso, do Tratado. Ou seja, desta vez inovar foi respeitar o que está formalmente consagrado. Ao fim e ao cabo, é a letra da lei que é avançada, porque Cameron pediu foi um regresso ao passado. E a grande maioria dos dirigentes europeus, incluindo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, demonstraram ter a noção de que a Europa precisa de seguir em frente. Como já disse, Cameron até podia ter as suas razões, mas devia ter falado antes. Desta vez, os dirigentes políticos prestaram um grande serviço ao projeto europeu, independentemente da escolha feita (que eu já tive ocasião de defender). Estas escolhas do Conselho e do Parlamento Europeu apoiaram-se num bloco político que, por força das novas realidades políticas saídas das eleições de maio, parece ter condições de se manter com alguma estabilidade ao longo deste mandato. Com os novos tratados em matéria financeira, orçamental e bancária, bem precisos são estes acordos alargados para as economias terem condições de recuperar de modo consequente.
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Por Carlos Rodrigues
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