Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoAo longo dos anos em todas as campanhas eleitorais, os políticos prometem mundos e fundos para as regiões do interior e garantem que pretendem acabar com as desigualdades face às grandes áreas metropolitanas. Mas a diferença é cada vez maior. Em termos de riqueza Portugal é um país bicéfalo, o poder de compra está concentrado nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. E o resto é paisagem, pontuada com alguns oásis de riqueza em algumas cidades e nos concelhos mais relevantes do Algarve. O abismo entre as cidades ricas e o resto do País revela o fracasso das políticas públicas de desenvolvimento regional. A Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto representam em conjunto 43,5% do poder de compra nacional, representando 36,9% da população. Se juntarmos a este grupo a Península de Setúbal, as maiores cidades do Minho, do Algarve e algumas capitais do distrito, também mais perto do litoral, nota-se que mais de 80 por cento da riqueza está em menos de 20 por cento do País. Portugal não é assim tão grande para desistir de parte tão significativa do seu território. Tem de haver uma aposta de maior investimento nas cidades do interior. Muitos dos serviços públicos concentrados em Lisboa poderiam estar instalados noutras cidades, isso valeria mais do que as promessas vãs e as lágrimas de crocodilo dos políticos quando falam das assimetrias económicas do País.
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