A ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz fez uma intervenção de grande lucidez na conferência do Conselho Superior da Magistratura. Ao contrário de uma certa e cínica neutralidade senatorial vigente, Paula Teixeira da Cruz teve a coragem de desmontar a hipocrisia da outra metade da nata lusitana reunida no manifesto dos 50. Quando lamentou o défice de escrutínio sobre as reais intenções de uma parte dos subscritores tocou mesmo no ninho de vespas. É evidente que personagens investigadas por violação grosseira do segredo de justiça, quando são eles os primeiros responsáveis por guardá-lo, não têm a menor legitimidade propositiva na matéria. Deveriam ter vergonha de perorar sobre a Justiça. Outras, que foram incomodadas pelo Ministério Público por gastarem mal ou ilegalmente o dinheiro público, querem apenas vingança. Outras ainda, que entendiam, a partir de um qualquer cargo político, poder dispor a bel-prazer da PJ ou do MP, agem apenas por despeito. Sim, é verdade, Paula Teixeira da Cruz tem razão. Deveriam ter sido mais escrutinados nas suas reais intenções com este manifesto. Reconhecendo que ali estão alguma pessoas com honestidade intelectual, que merecem ser ouvidas, a maior parte esteve disponível para participar numa pressão inaceitável, num debate que sabiam ser oportunista, que apenas prosseguia propósitos e interesses muito particulares.
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