O anúncio da deportação de imigrantes ilegais no arranque da campanha pode criar um duplo efeito: ‘desarmar’ o Chega e desviar as atenções da Spinumviva, dois obstáculos de peso no crescimento da AD para números que a coloquem na maioria absoluta em aliança com Iniciativa Liberal. É certo que o problema da imigração não se resolve com a expulsão de 18 mil ilegais, de um universo que se desconhece, nem desvenda, de todo, o mistério Spinumviva, mas num mundo de aparências e superficialidade algum efeito há de ter na hora da votação. Seja como for, é importante que nesta caminhada até ao dia 18 os partidos “colaborem numa campanha eleitoral honesta e esclarecedora, acima de qualquer interesse pessoal ou partidário”, como pediu a Conferência Episcopal Portuguesa, no final da semana, em Fátima. Um princípio que se aplica à imigração, à Spinumviva, mas também à saúde, que está moribunda, à habitação, que não há, à segurança, tão necessária para a tranquilidade da vida dos cidadãos. Que a campanha seja mais que o folclore de rua, que as romarias a feiras e mercados, que beijinhos, sorrisos e abraços, que oferta de brindes, que discursos vazios do tipo “eu sou melhor do que tu”. Que se pense mais nos eleitores e menos no poder.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
O resultado das autárquicas terá, necessariamente, uma leitura nacional.
Montenegro poderá querer resistir a uma crise à boleia do Chega.
Presidente da República faz bem adiar a avaliação da ministra.
Das fabulosas fortunas feitas nas autarquias, muitas já foram lavadas.
Com a bitola de 2300 euros o Governo revela desconhecer a realidade social do País.
Vitimização sempre fez parte da cartilha dos arguidos mais ilustres.