Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoO caso da indemnização que a atual secretária de Estado da Mobilidade recebeu da CP para imediatamente ir ocupar o lugar numa autoridade pública, onde iria receber quase o dobro do salário que auferia na ferroviária, revela uma falha ética e não é uma questão legal, se bem que os decisores que autorizaram e pagaram os 80 mil euros sejam cúmplices de gestão danosa e não defenderam os cofres da empresa nem os interesses dos contribuintes.
O ministro das Infraestruturas e o ministro da Presidência já disseram que esta indemnização não é semelhante à de Alexandra Reis. O prémio da TAP era superior, mas 80 mil euros correspondem a muitos anos de trabalho de um salário médio em Portugal. E na análise dos processos, a comparação até é mais favorável a Alexandra Reis, porque ela não queria sair da transportadora aérea, enquanto Cristina Pinto Dias estava desejosa de sair para um lugar com um salário muito melhor.
O Estado e os contribuintes foram lesados por esta chico-espertice. O caso só está a ser escrutinado porque Cristina Pinto Dias foi para o Governo e é dever dos jornalistas investigarem o currículo, e em alguns casos o cadastro, das pessoas a quem entregamos a condução dos destinos do País. Mas a julgar pela amostra, na nebulosa das empresas públicas deve haver vários casos de paraquedas dourados completamente imorais financiados pelos mesmos suspeitos de sempre: os contribuintes.
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