Armando Esteves Pereira
Diretor-Geral Editorial AdjuntoMarcelo prevê o falhanço do pacote de habitação e por isso chumbou-o. Devolvido ao Parlamento, o Presidente da República terá mais tarde, ou mais cedo, de assinar a promulgação, mesmo contra a sua vontade. Mas, obviamente que, neste caso, o chefe de Estado tem razão: o pacote do Governo é um arrazoado de medidas que não resolve o problema tão grave que afeta particularmente milhares de famílias das áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e do Algarve.
O pacote até tem algumas boas intenções no meio de outras medidas arbitrárias e populistas, mas serve apenas para propaganda de um Governo que em oito anos viu o problema da falta de casas agravar-se sem fazer nada e de repente tomou consciência do inferno que vivem as famílias sem habitação digna. A crise financeira de 2008 levou à destruição de centenas de empresas de construção e à emigração de operários qualificados. O País perdeu capacidade de construção, escasseiam empresas qualificadas e mão de obra especializada. A explosão do turismo valorizou as propriedades e a subida de juros tornou incomportável a compra de casa para famílias com salário médio. Só com mais construção e mais oferta pública se resolve o problema. Quer o Governo, quer os municípios, que estão a encher os cofres com o IMI e o IMT, têm de fazer mais do que repetir boas intenções. Têm de disponibilizar casas a preços acessíveis.
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