O apagão desta semana coloca dois tipos de questões que requerem uma avaliação rápida e consequente: a dependência energética e a capacidade de resposta a um acontecimento inesperado. Nenhum português, acredito, podia imaginar que uma falha de eletricidade em Espanha deixasse Portugal inteiro sem luz e que fossem necessárias horas e horas para normalizar o fornecimento. Como é possível não haver um ‘plano b’, uma alternativa, que resolvesse o problema num espaço de tempo aceitável?!
A segunda questão mostrou que Portugal não está preparado para uma adversidade como esta. Foi o salve-se quem puder. Falhou tudo, desde logo a comunicação. Dos governantes ouviram-se banalidades. Pediram calma, como se fôssemos todos andar à pancada. A Proteção Civil emitiu um SMS que só chegou quando a eletricidade já estava a ser reposta, ou nem chegou; falhou a polícia, incapaz de pôr ordem no trânsito; falharam as comunicações no INEM, com centenas de chamadas por atender; faltou a água em inúmeras localidades, com o alerta para essa eventualidade a chegar tarde; houve problemas no fornecimento de gasóleo aos hospitais para alimentar os geradores; falharam os telemóveis, falharam os telefones fixos; falhou o principal aeroporto do País. Tenho ideia que ainda há passageiros à procura das malas, passado todo este tempo. O imprevisto pode acontecer, o improviso é que não. E, já agora, o que é que aconteceu?
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