"António José Seguro representa os problemas de sempre", referiu a candidata presidencial.
A candidata presidencial Catarina Martins considera que o apelo do coronel Vasco Lourenço para que a esquerda concentre votos em António José Seguro "não tem sentido" e que "era preciso" uma mulher na corrida a Belém.
"Quero apresentar algo diferente dos problemas de sempre. António José Seguro representa os problemas de sempre. Representa o centro que sempre se entendeu para ter uma política que acabou a retirar capacidade à classe trabalhadora, a quem constrói este país. E eu não estou nesse consenso", argumentou Catarina Martins, em entrevista à agência Lusa.
A antiga coordenadora do Bloco de Esquerda respondia às declarações de Vasco Lourenço, capitão de Abril, que pediu uma convergência de votos à esquerda em António José Seguro - que recebeu este fim de semana o apoio oficial do PS, partido que liderou -- apelando à desistência de Catarina Martins e do comunista António Filipe.
"Eu não acho que os problemas do país se resolvam nem desinvestindo nos serviços públicos, nem retirando salário a quem trabalha. Eu acho que nós podemos ter outra forma de olhar para os problemas e novas soluções e precisamos delas. E por isso eu respeito muito o Vasco Lourenço, mas esse apelo não tem sentido", sustentou a eurodeputada.
Interrogada sobre se pondera desistir em algum cenário, Catarina Martins respondeu: "Eu estou a apresentar a minha candidatura porque levo a sério este caminho. Eu quero ser Presidente de Portugal".
Sobre o facto de a sua candidatura poder contribuir para uma dispersão de votos à esquerda, Catarina Martins considerou "que há um espaço de esquerda que não desiste de todos os direitos, que não desiste de um país melhor, de uma comunidade mais forte, de solidariedade entre as gerações" que, na sua opinião, "não estava representado na corrida presidencial".
"E eu aqui estou para representar esse espaço e para juntar forças e mobilizar", afirmou, considerando que seria "muito triste" que nos debates presidenciais esta visão não estivesse presente, levando a "uma campanha cinzenta que traria menos força à democracia".
"E também acho muito sinceramente que era preciso uma mulher nesta campanha eleitoral", realçou.
Admitindo que candidatar-se a Presidente da República não estava nos seus planos, depois de ter sido eleita eurodeputada no ano passado, e que não teria avançado caso Sampaio da Nóvoa o tivesse feito, Catarina Martins respondeu a António Filipe que, em entrevista à Lusa, a criticou por isso mesmo, considerando que, ao contrário da bloquista", não é "uma segunda opção".
"Eu registei que António Filipe me criticou por eu não ter avançado antes de tentar todos os caminhos da convergência. Ele tem toda a razão. Mas faz-se convergência com quem quer fazer convergência. E eu respeito a posição de toda a gente, mas a minha é que é mesmo preciso falar com o país, criar pontes e essa é uma parte forte da maneira como eu entendo este caminho", sublinhou.
Na opinião da bloquista, é necessária "uma mobilização larga de setores da esquerda" no sentido da convergência e não apenas de "afirmação do seu espaço político".
"Acho que a campanha presidencial não pode ser sobre a tragédia, o mais do mesmo, ou um certo saudosismo do que foi. Tem de ser quais são as soluções que nós temos para os problemas de hoje. E essas soluções estão num campo do progresso social, num campo da ecologia também, que não estava representado e que eu acho modestamente que posso fazer esse contributo", argumentou.
Na corrida eleitoral, Catarina Martins só vê adversários que "nos trouxeram às crises que temos".
"Olho para Marques Mendes, do PSD, ou para António José Seguro, que apoiou Passos Coelho. Aliás, tem agora também apoios do passismo. Olho para um almirante [Gouveia e Melo] que não traz nada de novo sobre as crises do país. Aliás, incapaz de falar das crises do país. Ou até para André Ventura, que também estava com Passos Coelho no tempo da 'troika'", criticou.
Perante um "debate muito fechado sobre si mesmo", a bloquista considerou que "era preciso outra voz" e quer que a política pare de falar apenas sobre si própria e fale mais dos problemas do país, como a inflação, a educação ou a saúde.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.