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Carlos Moedas aprova novo regimento da Câmara de Lisboa com apoio do Chega

Proposta teve os votos contra de todos os vereadores de forças políticas de esquerda.

19 de novembro de 2025 às 18:31

A proposta de Regimento da Câmara Municipal de Lisboa, subscrita pelo presidente deste órgão, Carlos Moedas (PSD), foi esta quarta-feira aprovada com os votos da liderança PSD/CDS-PP/IL e do Chega, sob críticas dos partidos de esquerda quanto ao "retrocesso democrático".

Em reunião privada do executivo municipal, a proposta de regimento teve os votos contra de todos os vereadores de forças políticas de esquerda, designadamente PS, Livre, BE e PCP, informou à Lusa fonte oficial do município.

Na sequência da aprovação da proposta de Regimento da Câmara Municipal de Lisboa, documento que define o funcionamento do órgão executivo do município, a vereação do PS reforçou que o mesmo representa "um retrocesso grave e um ataque claro ao pluralismo e ao funcionamento democrático do órgão autárquico", admitindo impugnar judicialmente o novo regimento.

De acordo com o PS, o documento aprovado, com os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP/IL e do Chega, "reduz direitos da oposição, limita a transparência e enfraquece a fiscalização do executivo, contrariando o espírito da lei e as boas práticas de convivência democrática".

Defendendo que um regimento deve garantir equilíbrio institucional e condições para que todas as forças políticas exerçam plenamente o seu mandato, os socialistas afirmam que o documento viabilizado "faz o contrário: cria desigualdades entre vereadores, concentra poderes no presidente da câmara e procura silenciar quem tem a responsabilidade de escrutinar".

Com este regimento, segundo o PS, a oposição "perde totalmente" o direito de agendar propostas e passa a ser apenas o presidente a decidir o que é discutido, além da redução do tempo de intervenção dos vereadores, da fixação de um limite ao número de propostas de alteração que podem ser apresentadas às iniciativas de Carlos Moedas e da restrição do período antes da ordem do dia, tanto no tempo como no tipo de assuntos que podem ser abordados.

"Já nas reuniões públicas descentralizadas, os vereadores sem pelouro perdem o direito a responder aos munícipes", indica a vereação do PS.

Em resposta à Lusa, fonte do gabinete de Carlos Moedas disse que "o regimento para o mandato 2025-2029 permitirá uma decisão municipal mais célere e eficaz em benefício das populações de Lisboa e permite salvaguardar a natureza e especial aptidão do órgão deliberativo municipal, para a discussão política e o debate de ideias em torno dos problemas e soluções para a cidade". 

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