Primeiro-ministro reconhece o "enorme esforço" das autarquias locais.
O primeiro-ministro António Costa defendeu que as linhas de apoio às habitações afetadas pelos incêndios de junho de 2017 "conseguiram recuperar muito do que se perdeu" na zona do Pinhal Interior, reconhecendo o "enorme esforço" das autarquias locais.
"Esta tragédia obrigou a uma grande conjugação de esforços do poder político e da sociedade em geral", afirmou António Costa, explicando que, enquanto primeiro-ministro, teve de "coordenar politicamente a resposta do Estado a esta catástrofe, mas também à procura de soluções para um futuro melhor nestes territórios".
Em resposta a questões remetidas pela comissão eventual de inquérito parlamentar à atuação do Estado na atribuição de apoios na sequência dos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior, a que a Lusa teve hoje acesso, o governante disse que as causas da gravidade destes fogos são de "diversas ordens", sem assumir responsabilidade pela falta de políticas de valorização da produção nacional, nomeadamente da produção lenhosa, e de promoção da fixação das populações no interior.
No entanto, o primeiro-ministro assegurou que os XXI e XXII Governos Constitucionais, liderados pelo PS desde novembro de 2015, "sempre colocaram a coesão territorial e o investimento nesses territórios no centro da sua atuação política", destacando a criação do Programa de Valorização do Interior.
Questionado sobre como avalia o papel das autarquias da zona do Pinhal Interior no processo de atribuição de apoios, António Costa respondeu apenas que reconhece o "enorme esforço feito pelas autarquias locais, muitas vezes em situações de grande dificuldade".
Em relação aos apoios para recuperar todas as habitações afetadas pelos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior e se foram suficientes, o governante considerou que "as diversas linhas de apoio conseguiram recuperar muito do que se perdeu", adiantando que, face às informações oficiais que lhe foram reportadas, tem indicação da "eficácia dos apoios concedidos", inclusive foram "reconstruídas 89 das 99 habitações" a cargo do Fundo Revita.
Sobre se os territórios e as populações estão hoje mais capacitados para lidar com a eventual repetição de eventos com as proporções destes fogos, o primeiro-ministro referiu que os programas como Aldeia Segura Pessoas Seguras e Portugal Chama são importantes exemplos da "melhoria da resiliência destas populações".
Quanto à existência de informação de que muitos dos reais prejuízos sofridos acabaram por não ser ressarcidos face à burocracia e complexidade dos processos de solicitação de apoio, António Costa declarou que, "dentro das possibilidades legais, muitos dos apoios tiveram processos simplificados, sempre com o objetivo de compatibilizar a simplificação administrativa com a garantia da transparência no usos das verbas em questão".
Relativamente ao funcionamento do Fundo Revita, o governante admitiu que, "em processos com esta complexidade, existem sempre ajustes e afinamentos", ressalvando que, no entanto, não seria nada que o alterasse de forma estrutural.
Na perspetiva do primeiro-ministro, o futuro dos territórios da zona do Pinhal Interior, nomeadamente na proteção e no reordenamento do território, passa por projetos e decisões políticas como os programas Aldeia Segura Pessoas Seguras, Portugal Chama, Sistema de Informação Cadastral Simplificada ou o Programa de Transformação da Paisagem.
No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, financiado pela União Europeia, através de subvenções a fundo perdido (e a preços correntes), estão previstos 200 milhões de euros para Transformação da Paisagem dos Territórios de Florestas Vulneráveis, destacou António Costa, acrescentando que se prevê ainda uma resposta estrutural na prevenção e combate aos fogos "capaz de proteger Portugal de incêndios rurais graves num contexto de alterações climáticas, e com impacto duradouro ao nível da resiliência, sustentabilidade e coesão territorial".
Essa componente de intervenção inclui instrumentos de reordenamento e gestão da paisagem, a criação de áreas integradas de gestão da paisagem, o programa Condomínio de Aldeia, com apoio a aldeias em territórios de floresta, o Emparcelar para Ordenar e o Programa de Aquisição de Terras, assim como a reorganização do sistema de cadastro da propriedade rústica e o sistema de monitorização de ocupação do solo, referiu o governante.
Além destes instrumentos de política pública, está prevista uma agenda de reforma da prevenção e combate aos fogos rurais, inclusive um programa de criação de faixas de gestão de combustível, expôs o primeiro-ministro, apontando ainda o reforço da capacidade de resposta operacional e a formação e qualificação dos operacionais envolvidos no combate aos fogos.
Ao longo das respostas às questões apresentadas pelos grupos parlamentares do PSD, do PS, do BE e do PCP, o governante remeteu, por várias vezes, para leis e dados já divulgados.
O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Escalos Fundeiros, no concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a municípios vizinhos, nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, e destruiu cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.