Transmontano de nascimento e pai de seis filhos foi ministro de Salazar e presidente do CDS.
São 100 anos de vida e uma imagem de grande dimensão na política nacional, mas teve destaques de curta duração. Adriano Moreira, que esta terça-feira completa o seu centenário, foi ministro do Ultramar apenas durante dois anos (1961-63) na ditadura de Oliveira Salazar, e esteve praticamente o mesmo tempo como líder do CDS (1986-88) já no regime democrático aberto pelo 25 de Abril. A sensação comum, porém, é que esteve em tudo desde que há quase 80 anos passou pela prisão do Aljube, ao mesmo tempo de Mário Soares e de muitos comunistas, por se atrever a advogar, em nome da família do general Mendes Godinho, um processo contra o então ministro da Defesa, Santos Costa, por aquele militar ter falecido enquanto detido por revolta contra a ditadura.
Adriano José Alves Moreira, transmontano de nascimento – natural de Grijó - mas criado em Lisboa, na zona de Campolide, construiu à sua volta uma relação humana estimável, juntando afabilidade com saber e capacidade de pensar. É notável a forma como suscita devoção e amizades para a vida junto de amigos, alunos e colaboradores. Sempre como independente, sem se enredar nas grilhetas da União Nacional, partido único na ditadura do Estado Novo, evoluiu de desafeto ao regime até ministro providencial para atacar as lutas independentistas nas colónias de África quando Salazar se viu obrigado a reagir com o “Para Angola e em força”. Obviamente, não conseguiu resolver nada, mas com brilhantismo académico instalou uma praça-forte no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina.
A proximidade constitui sempre um fator de êxito para este professor universitário, também pai de seis filhos e filhas, uma das quais, Isabel Moreira, deputada do PS. Adriano Moreira passou, por seu lado, 16 anos no hemiciclo de São Bento, entre 1979 e 1995, sempre eleito pelo CDS. Recorde-se que, no 25 de Abril de 1974, estava em missão académica no Brasil e por lá ficou, aconselhado pelo seu antigo aluno Pinheiro de Azevedo. As boas relações pessoais pesaram também junto do Presidente da República Ramalho Eanes que o convidou a voltar, em 1978, e a seguir na forma como se integrou no CDS.
Na sua segunda grande missão política também não foi bem-sucedido. Eleito presidente do CDS em 1986, na refrega da disputa presidencial Mário Soares-Freitas do Amaral, Adriano Moreira apagou-se nas urnas com a primeira maioria absoluta de Cavaco Silva. Prosseguiu, porém, como político e homem de pensamento com espírito aberto.
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