Secretário-geral do PCP considerou que a discussão à volta do Orçamento do Estado para 2026 é "um circo"
O secretário-geral do PCP afirmou, este sábado, que o seu partido vai votar contra e "fará tudo" para travar a proposta de Orçamento do Estado do Governo, considerando que será "um instrumento ao serviço da política em curso".
"Com o nosso voto, com a nossa assinatura, isso não será de certeza. Pelo contrário: não só não estaremos a favor, como estaremos contra e vamos fazer tudo para o travar", afirmou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas durante uma ação de campanha em Monforte, distrito de Portalegre.
O secretário-geral do PCP considerou que a discussão à volta do Orçamento do Estado para 2026 é "um circo", perguntando se "alguém tem dúvidas de que o orçamento vai ser aprovado".
"Basta saber com quem, e o 'com quem' aqui não tem a ver se é o PS ou o Chega. Porque, para uma força sobrará o papel que está destinado de aprovação do Orçamento e, para a outra, sobrará a aprovação de todos os diplomas tão ou mais graves do que o Orçamento. Quer um exemplo? O pacote laboral", afirmou.
Confrontado com o facto de o PS já ter dito que não viabilizaria um Orçamento do Estado que contemplasse as alterações laborais defendidas pelo executivo, Paulo Raimundo respondeu: "Lá está".
"Para um, sobrará a aprovação do orçamento e, para outro, sobrará a aprovação de outros diplomas tão maus como o Orçamento, como o pacote laboral", disse e, questionado se o orçamento não contará com o voto do PCP, Paulo Raimundo disse que isso é claro.
"Uma vez, meio a brincar, meio a sério, perguntaram-me se eu podia anunciar o voto do PCP. Disse que não. Quem anunciou o voto do PCP sobre o Orçamento do Estado foi o primeiro-ministro, quando vem afirmar que o orçamento que vai ser apresentado é um instrumento ao serviço da política que está em curso", ironizou.
Paulo Raimundo frisou que, "se o primeiro-ministro anuncia isto, anuncia naturalmente que o PCP vai votar contra", porque o partido "não pode ser corresponsável pelo desmantelamento do SNS, dos serviços públicos, por esta loucura dos 5% para a guerra" quando há "dois milhões de pobres" em Portugal.
"O PCP não vai ser responsável por isso. Quem quiser, ponha lá a assinatura, mas tem de assumir as responsabilidades, não é só vir falar em estabilidade. Isso é conversa de violinos para os nossos ouvidos", frisou.
O secretário-geral do PCP perguntou se a estabilidade de que se está a falar é a das "urgências fechadas, do SNS sem médicos e enfermeiros necessários" ou a "estabilidade das rendas moderadas de 2.300 euros".
Nestas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo foi ainda questionado sobre o grupo de trabalho constituído entre PSD e Chega para consensualizar as alterações à lei dos estrangeiros e frisou que "estão a fechar um negócio que só pode ser fechado entre essas forças", com uma "ideia reacionária".
"Connosco não fechariam uma coisa dessas", disse, recusando alongar-se mais sobre esta temática por considerar que é uma "agenda" que está a ser utilizada para condicionar a campanha autárquica.
"Era só o que faltava, nós andarmos atrás da agenda e do calendário das negociatas do PSD e do Chega, porque amanhã vamos ficar dependentes das negociatas entre o PSD, PS e Chega para o orçamento e andamos nisto. A vida das pessoas, não é isso", afirmou.
Paulo Raimundo disse que tenciona fazer uma campanha autárquica "muito ligada à vida das pessoas, às soluções" e de "confronto de programas" entre as diferentes forças políticas.
"É isto que espero. Quase que aposto que vamos ter uma campanha centrada em grupos de trabalho daqui, grupo de trabalho dali, soluções para depois do dia 12 de outubro. Mas aquela que vou procurar fazer é centrada no terreno", frisou.
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