João Araújo abandona defesa de Sócrates na Operação Marquês
Juiz Carlos Alexandre deverá fixar já na próxima semana prazo para a fase de instrução.
O advogado João Araújo, que há cinco anos representa José Sócrates no processo da Operação Marquês, terá abandonado a defesa do antigo primeiro-ministro. Os últimos requerimentos e recursos apresentados em nome do antigo governante foram apenas assinados pelo advogado Pedro Delille. No processo não entrou, no entanto, nenhuma declaração de renúncia.
Contactado pelo CM, João Araújo não quis comentar: "É um assunto entre mim e o eng. José Sócrates. Não quero esclarecer nada", afirmou. João Araújo, que já era advogado de Maria Adelaide Monteiro - a mãe de José Sócrates - foi o advogado inicial do antigo primeiro-ministro. Pedro Delille só depois se juntou à equipa de defesa. João Araújo, rosto de várias polémicas com magistrados e jornalistas, foi quem foi a Paris buscar Sócrates antes de ser detido, a 21 de novembro de 2014, no Aeroporto de Lisboa.
O processo entra agora noutra fase. O juiz Carlos Alexandre deverá abrir prazo para a fase de instrução já na próxima semana. A acusação foi deduzida em outubro, mas o processo estava parado há vários meses devido aos recursos de Sócrates.
Os advogados avançaram com um incidente de recusa para afastar Carlos Alexandre, mas o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou o pedido. A defesa contestava que Alexandre pudesse ser escolhido como juiz de instrução. Assim que for fixado o prazo para a instrução, haverá um sorteio entre os dois juízes do Tribunal Central: Ivo Rosa e Carlos Alexandre.
PORMENORES
28 acusados
José Sócrates é o principal acusado do caso Marquês. A Operação Marquês tem 28 arguidos acusados e está relacionada com a prática de quase duas centenas de crimes económico-financeiros.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt