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"A segurança pública está à beira do fim": Polícias protestam com caixões em frente à Assembleia da República

Profissionais exigem receber suplemento de missão atribuído à Polícia Judiciária.

15 de janeiro de 2024 às 20:23
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'A segurança pública está à beira do fim': Polícias protestam com caixões em frente à Assembleia da República

Centenas de polícias estão a protestar na noite desta segunda-feira em frente à Assembleia da República, em Lisboa, com oito caixões, carrinhas funerárias e lápides como símbolo para a morte do setor.

Os profissionais reivindicam melhores condições salariais e de trabalho e prometem não desmobilizar por todo o país até obterem respostas.

A ação de protesto desta segunda-feira foi promovida pelo Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) e contava cerca das 20h00 com a presença de cerca de uma centena de polícias, que estavam em silêncio.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Sinapol, Armando Ferreira, adiantou que os polícias estão "completamente unidos e não vão desarmar".

"Os polícias estão aqui e vão estar aqui presentes até verem os seus problemas resolvidos e a justiça da sua reivindicação ser solucionada", realçou o dirigente sindical, referindo que espera que o Governo atribua um suplemento de missão aos profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) à semelhança do que foi concedido à Polícia Judiciária (PJ).

Para Armando Ferreira, o Governo tem "todos os poderes legítimos para resolver o problema ainda durante o seu mandato".

"O Estado de espírito dos polícias, neste momento, é que a segurança pública está à beira do seu fim.  Não há polícias em quantidade suficiente. Se a profissão não for valorizada é mesmo a morte do setor em Portugal", acrescentou.

A contestação dos elementos da PSP e dos militares da GNR teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que não tem equivalente nas restantes forças de segurança e, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Junto aos caixões podia ler-se em duas lápides: "Aqui jaz a SEGURANÇA PÚBLICA em frente à Assembleia da República, 1867 - 2024" e "Aqui descansa SEGURANÇA PÚBLICA, 1867-2024, 'oito anos a ser enterrada'".

Os movimentos de revolta da PSP e GNR têm marcado os últimos dias. Começaram de forma espontânea há cerca de uma semana e estão a ser organizados através de redes sociais como Facebook e Telegram.

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