Sérgio Raimundo afirma que a instrução contraditória "está a permitir esclarecer melhor alguns factos que constam da acusação".
O advogado de Isabel dos Santos, Sérgio Raimundo, afirmou que a instrução contraditória do processo que envolve a empresária está a ser "útil", admitindo que venham a cair alguns dos crimes de que está acusada.
"A instrução contraditória tem sido muito útil, porque está a permitir esclarecer melhor alguns factos que constam da acusação", sublinhou o jurista, em declarações à Lusa. "Se os nossos tribunais são idóneos, não têm como ignorar o que está a ser produzido agora. Marchar no sentido contrário seria transformar esta fase numa diligência meramente folclórica", sublinhou.
Na fase de instrução contraditória, que se espera concluir até meados de julho, foram já ouvidas cinco das sete testemunhas arroladas pela defesa da filha do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
A instrução contraditória, uma fase facultativa no processo penal angolano, foi solicitada pela defesa como forma de contestar a acusação do Ministério Público.
"O objetivo é contradizer tudo aquilo que foi narrado na acusação", afirmou Raimundo, esclarecendo que as testemunhas não estão ao serviço da defesa, mas do tribunal, "obrigadas a dizer a verdade sob pena de perjúrio".
A conclusão desta fase está prevista para 10 de julho, data em que se espera ouvir as duas últimas testemunhas e realizar o debate contraditório.
Caberá então ao tribunal decidir se aceita ou não a acusação tal como apresentada pelo Ministério Público, podendo rejeitá-la total ou parcialmente.
Questionado pela Lusa, Sérgio Raimundo recusou comentar quais os crimes que poderão cair, invocando o segredo de justiça, mas insistiu: "Acreditamos na justiça, por isso é que estamos lá, a dar a nossa contribuição no sentido de se fazer vingar um dos grandes princípios estruturantes da justiça penal angolana, que é o princípio da verdade material."
O processo judicial centra-se nas alegadas irregularidades cometidas durante a gestão de Isabel dos Santos à frente da petrolífera estatal angolana, Sonangol.
A empresária é acusada de vários crimes, entre os quais gestão danosa, fraude, branqueamento de capitais e associação criminosa, sendo suspeita de ter montado um esquema fictício de contratação de consultores com o objetivo de desviar fundos públicos da Sonangol.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, os serviços não teriam sido prestados, apesar de terem sido pagos.
Isabel dos Santos tem negado todas as acusações, alegando que todos os contratos foram legais e eram auditados e visavam modernizar a Sonangol.
A empresária foi nomeada presidente do conselho de administração da Sonangol em junho de 2016, durante os últimos meses do mandato do seu pai enquanto Presidente da República.
Na sua gestão iniciou a reestruturação da petrolífera com a contratação de consultoras internacionais e centralizou as decisões no conselho de administração. Isabel dos Santos foi exonerada em novembro de 2017 pelo atual Presidente João Lourenço e vive fora de Angola desde 2018, após ter sido alvo de congelamento de bens e um alerta emitido pela Interpol a pedido da Procuradoria-Geral da República de Angola.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
                        O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário. 
                        O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
                    
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
                    Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login. 
                    Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
                
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.