Acidente fez 16 vítimas mortais. Companhia de seguros diz que continua em contactos para o cálculo das indemnizações.
Três meses depois do acidente com o elevador da Glória, em Lisboa, as vistorias técnicas a todos os ascensores e funiculares da capital ainda estão em curso, assim como o processo de apoio às vítimas e às suas famílias.
Na sequência do acidente com o elevador da Glória, que descarrilou no dia 03 de setembro, provocando 16 mortes e mais de 20 feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades, a Câmara de Lisboa suspendeu "de imediato" o funcionamento dos ascensores da Bica e do Lavra e do funicular da Graça para os equipamentos serem inspecionados.
Sob presidência de Carlos Moedas (PSD), a Câmara de Lisboa decidiu ainda nomear uma comissão técnica independente "que tem em curso a avaliação das condições de funcionamento de todos os ascensores e funiculares da cidade".
Em resposta à agência Lusa, a propósito de terem passado três meses desde a tragédia com o elevador da Glória, o município disse que "as vistorias técnicas e o estudo das condições do seu funcionamento em segurança estão em curso, pelo que após a conclusão dos relatórios técnicos será definido o calendário para a sua entrada em operação".
Quanto ao inquérito interno e à auditoria externa às circunstâncias do acidente, que a Câmara de Lisboa exigiu à empresa municipal Carris, responsável pela gestão do elevador da Glória, a autarquia informou que "ambos estão em curso" e revelou que a auditoria foi adjudicada a "uma empresa com experiência no setor, o Centro CATIM Projetos".
A Câmara de Lisboa não respondeu a parte das questões, inclusive sobre a criação de um fundo municipal de apoio às vítimas e sobre a avaliação quanto à externalização dos serviços de manutenção dos ascensores.
A Lusa questionou também a Fidelidade, seguradora da Carris, que afirmou que "está, desde o primeiro momento, empenhada no apoio às vítimas e às suas famílias, assegurando o cumprimento de todo o processo de forma justa e humana".
"O capital do seguro da Fidelidade com a Carris é de 50 milhões de euros e, independentemente do tempo que o processo possa demorar, a Fidelidade vai continuar a apoiar as vítimas e as suas famílias durante todo o tempo que for necessário", revelou fonte oficial da companhia de seguros, indicando que "continua a ser prematuro a identificação de um valor global" quanto à atribuição de apoios, inclusive indemnizações.
A Fidelidade apoiou o transporte de familiares, transladações e organização de serviços fúnebres, alojamentos e viagens de familiares das vítimas, tendo-se também disponibilizado para assumir os custos dos procedimentos que foram tratados diretamente pelas famílias, assim como outros tipos de despesas.
"Nos casos em que existam outros seguros contratualizados pelas vítimas, a Fidelidade tem assegurado despesas que não estejam cobertas pelos mesmos", referiu.
Em relação às 16 vítimas mortais, portuguesas e estrangeiras, a companhia de seguros assegurou que está em contacto com todos os familiares ou com os seus representantes legais, tendo solicitado os documentos necessários para o cálculo das indemnizações.
Relativamente aos feridos identificados, "a Fidelidade está em contacto com 19 pessoas", seja diretamente ou através de familiares e representantes legais, assegurando despesas de variada ordem.
A demora na conclusão do processo de indemnização das vítimas também está relacionada com o facto de ainda ser "necessário que a situação clínica dos feridos esteja estabilizada", garantindo a Fidelidade o pagamento dos tratamentos necessários, para que depois seja possível calcular o valor a atribuir.
A seguradora explicou ainda que os valores de indemnização para as vítimas mortais são calculados de forma individual e tendo em conta fatores como a idade da vítima, os seus rendimentos ou situação familiar.
Quanto à nova administração da Carris, uma vez que o atual conselho de administração, sob presidência de Pedro de Brito Bogas, apresentou a demissão no dia 22 de outubro, a câmara informou que "este é um assunto que está a ser tratado, prevendo-se em breve a apresentação do novo conselho de administração".
A demissão aconteceu após as conclusões do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), que detetou falhas e omissões na manutenção do ascensor da Glória, inclusive que o cabo que unia as duas cabinas do elevador, e que cedeu, não respeitava especificações nem estava certificado para transporte de pessoas.
Na terça-feira, no âmbito da apresentação da proposta de orçamento municipal de Lisboa para 2026, o vice-presidente da câmara, Gonçalo Reis (PSD), que tem a tutela da Carris, além dos pelouros das Finanças e da Mobilidade, afirmou que a nova administração desta empresa municipal de transporte público na cidade vai ser formalizada nas próximas semanas.
"A atual administração está em funções até ao final de dezembro e, portanto, vamos encontrar uma solução de transição", referiu.
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