Foram realizados dois telefonemas para a linha de emergência 112, mas não foi possível acionar o socorro.
Uma das denúncias chega de um lar de Castelo de Vide, Portalegre, o lar da Fundação da Nossa Senhora da Esperança que, na passada segunda-feira, esteve quase uma hora e meia à espera de ser atendida no 112.
“Desde as 12h30 que tentámos repetidamente ligar para o 112, mas sem sucesso", diz João Palmeiro, presidente da fundação. “Uma idosa sentiu-se mal durante a hora de almoço no refeitório e nos conforme manda o protocolo acionamos os meios, mas não foi possível, só conseguimos de forma informal contactar os bombeiros voluntários de Castelo de Vide que prontamente se deslocaram ao local e depois eles internamente acionaram o INEM, nisto passou quase hora e meia”. Entretanto, a idosa, de 86 anos, acabou finalmente por ser transportada para o hospital de Portalegre, onde acabou por falecer.
Outra morte que pode estar associada ao elevado tempo de espera pelo INEM é a de um homem, de 73 anos, que se sentiu mal em casa, em Vendas Novas. A demora na chamada emergência terá sido superior a 40 minutos.
Os operadores do INEM estão a fazer greve às horas extraordinárias desde 30 de outubro e sem fim à vista, e, na segunda-feira, houve também técnicos que aderiram à greve da função pública, para agravar toda a situação diz Rui Lázaro, do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar em Saúde. “Não houve por parte do sindicato a marcação de serviços mínimos e quando assim é, diz a lei, que quem determina os serviços mínimos, é a entidade empregadora que neste caso também não determinou” o que causou o caos com consequências ainda por determinar.
Já, esta quarta-feira, houve a pedido de Sérgio Janeiro presidente do INEM, uma sessão de esclarecimentos online, onde o atual responsável pelos serviços de emergência anunciou alterações de protocolo para reduzir os tempos de respostas alterações que pode passar por recrutar enfermeiros para o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), mas que segundo Rui Lázaro “não vai resolver a questão do atendimento das chamadas de emergência, já que as alterações propostas só influenciam os procedimentos a seguir ao atendimento da chamada de emergência”.
Para já sem recorrer a horas extraordinárias, as escalas não conseguem ser satisfeitas e haverá horários onde os operadores existentes são insuficientes para o fluxo de chamadas para o 112 e por isso enquanto estes profissionais estiverem em luta os constrangimentos vão existir.
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