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PCP na Câmara de Lisboa exige esclarecimento após informações contraditórias sobre acidente com o Elevador da Glória

Primeira questão do PCP tem a ver com a abordagem desencadeada pela empresa municipal Carris.

22 de setembro de 2025 às 15:18

O PCP na Câmara de Lisboa disse esta segunda-feira que há informações contraditórias quanto ao apuramento de responsabilidades sobre o acidente com o elevador da Glória e exigiu "o cabal esclarecimento" por parte do presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD).

"As reportagens televisivas emitidas nos últimos dias sobre a tragédia do elevador da Glória trouxeram a público informações até agora desconhecidas do órgão Câmara Municipal de Lisboa (CML), informações essas que contradizem outras anteriormente prestadas ao executivo municipal e publicamente pelo presidente da Câmara e pelo Conselho de Administração (CA) da Carris", afirmou a vereação do PCP, num pedido de informação dirigido a Carlos Moedas.

A primeira questão do PCP tem a ver com a abordagem desencadeada pela empresa municipal Carris, que tem como acionista único a CML, na fase de concurso público lançado em 2022, "face ao preço anormalmente baixo apresentado pela empresa MNTC, Lda., que veio a ganhar o concurso para a execução de trabalhos de manutenção dos ascensores e elevador operados pela Carris".

O elevador da Glória, em Lisboa, sob gestão da empresa municipal Carris, descarrilou no dia 03 de setembro, num acidente que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

Sobre o contrato com a empresa MNTC, a vereação do PCP reforçou que o preço apresentado a concurso, designadamente na componente principal do serviço de manutenção, "era 46% inferior ao preço-base estabelecido em caderno de encargos".

Considerando "imprescindível assegurar tão prontamente quanto possível o cabal esclarecimento de questões anteriormente já suscitadas", mas que não obtiveram até ao momento a devida resposta, o PCP pediu ao presidente da CML para que haja, com caráter de urgência e até à realização de reunião extraordinária do executivo municipal, uma resposta por escrito à equipa de acompanhamento do apuramento de responsabilidades sobre o acidente com o elevador da Glória, que integra todas as forças políticas com representação no município.

Os comunistas querem saber qual a abordagem desencadeada pelo júri do concurso perante a apresentação, pela proposta vencedora, de "um preço de prestação de serviço anormalmente baixo", no processo realizado em 2022, para a aquisição de serviços da manutenção dos elevadores.

Outro dos pedidos é "o cabal e completo apuramento dos registos de denúncias e alertas apresentados sobre o funcionamento e manutenção dos elevadores da Carris, designadamente, do elevador da Glória, pelas organizações representativas dos trabalhadores, desde a municipalização da empresa".

De acordo com o PCP, as recentes reportagens televisivas testemunham, contrariando o que foi afirmado e garantido pelo presidente da Câmara e pelo CA da Carris, "a existência de evidências, inclusivamente documentais, que provam a apresentação, em momentos oportunos, de fundamentados alertas por parte de organizações representativas dos trabalhadores da Carris sobre um deficiente funcionamento de sistemas de segurança do elevador", suscitando questões sobre a qualidade da manutenção efetuada.

O PCP defende ainda uma audição dos representantes das organizações representativas dos trabalhadores, uma nova audição do CA da Carris, para "clarificar as contradições" relativamente a aspetos do processo de manutenção, e uma audição com membros do anterior CA sobre as opções tomadas em concursos anteriores a 2022.

A este propósito, PS, Livre, BE e Cidadãos por Lisboa avançaram com um requerimento para uma reunião extraordinária da CML, a realizar na quinta-feira, dia 25 de setembro, para obter "esclarecimentos sobre falsidades, omissões e incongruências" no âmbito do acidente com o ascensor da Glória.

Esse pedido surge na sequência de duas reportagens da comunicação social, estando em causa, nomeadamente, a "ocorrência de dois acidentes anteriores --- em outubro de 2024 e maio de 2025 --- que foram publicamente negados pelo presidente do CA da Carris e pelo vice-presidente da CML, mas que a própria Carris veio agora confirmar".

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