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Proteção Civil admite não ter atendido chamadas mas diz que "sistema funcionou"

Autoridades desvalorizam que o alerta só tenha chegado através de Coimbra.

16 de dezembro de 2018 às 12:34

A NAV (empresa que gere a navegação aérea) lançou um comunicado em que acusa os CDOS do Porto, Braga e Vila Real de não ter atendido a chamada de alerta acerca da perda de contacto com o helicóptero do INEM que caiu em Valongo.

À SÁBADO, fonte oficial da Proteção Civil refere que se têm que perceber os detalhes do que ocorreu e não confirma o que terá sucedido às chamadas da NAV. Frisa que "o sistema funcionou". O CDOS do Porto, distrito onde se deu o acidente, só foi contactado pelo CDOS de Coimbra, indica a empresa que gere a navegação aérea. Coimbra avisou então o Porto, cerca das 19h20.

A Proteção Civil desvaloriza que o alerta só tenha chegado através de Coimbra. "O sistema é integrado e assim, todos os elementos têm de funcionar de forma solidária. Suponha-se que naquele momento a afluência nos CDOS do Porto, Braga e Vila Real era muito grande, a nível de chamadas", indica a Proteção Civil, sublinhando o mau tempo que se fez sentir naquela zona do país e que até fez com que o helicóptero não descolasse logo do Porto, rumo a Baltar. "A uma tentativa sem resposta, a NAV foi descendo. E Coimbra podia não estar sob pressão. O sistema funcionou. Como indicou o comandante distrital operacional do Porto, mal o alerta chegou, foi desencadeada a resposta."

A Proteção Civil frisa ainda que a queda do helicóptero será alvo dos "inquéritos normais para perceber onde as coisas estiveram bem e menos bem para melhorar".

Minutos antes, o comandante Carlos Rodrigues disse aos jornalistas desconhecer "qualquer atraso nas comunicações" entre bombeiros e aquela entidade no caso do helicóptero que caiu no sábado em Valongo, causando a morte dos quatro ocupantes.

"Não temos indicação de qualquer atraso da comunicação entre os bombeiros e a Proteção Civil. Toda a operação foi iniciada após comunicação da entidade local da Proteção Civil, neste caso o Comando Distrital de Operações de Socorro [CDOS] do Porto, para as corporações de bombeiros locais", afirmou Carlos Alves, em declarações aos jornalistas no local onde decorrem as operações de socorro, no concelho de Valongo, distrito do Porto.

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Corpos das vítimas ainda estão a ser retirados dos destroços

"Tanto quanto sei, os bombeiros foram os primeiros a chegar ao local", acrescentou o comandante, que afirmou desconhecer "qual a primeira entidade a receber o alerta" sobre a queda do helicóptero e garantindo que o aviso chegou à Proteção Civil "às 20h15", cerca de duas horas após o último contacto da aeronave com a torre de controlo.

Socorro após queda de helicóptero cumpriu a lei, defende secretário de Estado

A operação de socorro ao acidente com um helicóptero do INEM em que morreram quatro pessoas em Valongo, no sábado, cumpriu todos os normativos legais, assegurou este domingo o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves.

"Se foi assim que aconteceu, a operação de proteção civil decorreu de acordo com os normativos legais, reportando todos agentes" à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) "nas condições que a lei prevê", declarou José Artur Neves aos jornalistas, em Ansião, distrito de Leiria.

À margem da sua participação na inauguração das obras de ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Ansião e das comemorações do 61º. aniversário da instituição, o governante frisou que "todos os agentes de proteção civil foram para o terreno acionados" pela ANPC, enquanto "comando operacional público" da responsabilidade do Estado.

"É o conhecimento que temos. Naturalmente que as averiguações que agora estão a decorrer esclarecerão estes aspetos", aos quais "só os relatórios pormenorizados poderão" dar resposta definitiva, acrescentou.

O secretário de Estado José Artur Neves sublinhou que "todos os agentes de proteção civil foram para o terreno acionados pela autoridade nacional".

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, determinou à Proteção Civil a abertura de um "inquérito técnico urgente" ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), numa zona montanhosa do concelho de Valongo, distrito do Porto.

Numa nota este domingo divulgada, Eduardo Cabrita anunciou ter determinado à ANPC "a abertura de um inquérito técnico urgente ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas em relação ao acidente que envolveu o helicóptero do INEM e que vitimou quatro pessoas".

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